Crusoé: “A pauliceia desvairada de Marcia Tiburi”
Marcia Tiburi (foto) já foi filósofa. Também já foi membro atuante do programa de televisão. Chegou a fazer duetos com...
Marcia Tiburi (foto) já foi filósofa. Também já foi membro atuante de programa de televisão. Chegou a fazer duetos com Luis Felipe Pondé, iluminando as relações entre homens e mulheres num evento realizado por uma empresa de iluminação. Ela ainda nos ensinou a “Como conversar com fascistas”, fugindo de debates. Mas talvez sua obra-prima tenha sido as reflexões metafísicas sobre a importância social do orifício responsável pela comunicação direta entre o intestino e o meio exterior. Enfim, Marcia Tiburi já esteve presente nos grandes momentos da cultura brasileira. Mas tudo tende à destruição. Tiburi caiu das alturas do mercado editorial – e das luzes dos eventos promovidos por empresas de iluminação – para se tornar uma candidata reserva do PT ao que havia restado do governo do Rio de Janeiro. Fracassada a campanha, ela resolveu se autoexilar em Paris.
Mas, como Macunaíma retornando a suas raízes, a insigne filósofa retornou ao Brasil trazendo consigo sua vocação de pintora, descoberta no sofrimento de seu autoexílio na Rive Gauche da sua existência. Sua estreia como artista foi em São Paulo, “num edifício com nome de príncipe”, diz a cronista social de um site de esquerda, cujo nome não é importante lembrar. As obras de Tiburi “destacam o ouro, tons terrosos e o vermelho, inspirando sudários de sofrimento, torturas e dor”, garante a nobre cronista. Naturalmente, é possível imaginar as angústias de Tiburi na Champs-Élysées ou em Montmartre – e espero que ela também tenha deixado cair pelo menos uma lágrima no túmulo de Edith Piaf, no Père-Lachaise.
Paris é uma festa, mas…
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