Crise de Arroz: Fazendeiros dizem que importação é desnecessária
Crise no abastecimento de arroz: entenda as preocupações sobre a possível desnecessária MP de importação e os impactos no RS.
Na recente crise decorrente de fortes alagamentos no Rio Grande do Sul, Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do estado (Farsul), classificou como “desnecessária” a medida provisória (MP) para importar arroz. Essa discussão surge num momento em que cerca de 84% das lavouras gaúchas já haviam sido colhidas, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Brasil, com uma safra robusta anterior de mais de 10 milhões de toneladas, não enfrentaria desabastecimento iminente, segundo Pereira.
Por Que a Medida Provisória Pode Ser Desnecessária?
O Brasil já realiza importações de arroz, em especial vindo dos países do Mercosul, o que inclui significativas aquisições do Paraguai. Pereira cita que cerca de 70% das 800 mil toneladas produzidas no Paraguai são importadas regularmente pelo Brasil, o que reforça a visão de que uma nova MP seria redundante.
Logística Comprometida: A Real Ameaça ao Abastecimento?
A infraestrutura logística representa uma preocupação mais crítica segundo o presidente da Farsul. As principais vias de transporte como a BR-101, essenciais para o escoamento da produção do Rio Grande do Sul para outros centros consumidores do país, enfrentam severas dificuldades devido aos estragos causados pelas chuvas. Estas vicissitudes podem retardar o trânsito normal e provocar atrasos no abastecimento, culminando em possíveis oscilações de preço temporárias.
O que Esperar da Economia do Rio Grande do Sul Após os Incidentes?
Apesar da recuperação aparente na produção de arroz, Gedeão Pereira projeta um cenário econômico desolador para o Rio Grande do Sul em 2024, acarretado pelos impactos gerais das chuvas à agricultura e outras atividades econômicas. Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) do estado, que já ocupa a quarta posição entre os maiores do país, sofrerá consequências “altamente negativas”, um reflexo dos desafios que ainda estão por vir mesmo após a resolução das questões imediatas de abastecimento.
- Detalhes da importação: O governo federal planeja importar o arroz em embalagens de 2 kg, com preço fixo a R$ 4 por quilograma.
- Primeiro leilão: Espera-se adquirir até 104.034 toneladas de arroz na safra 2023/2024, com um investimento estimado de R$ 416,1 milhões.
- Distribuição: Os estados beneficiados incluem São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará e Ceará, mirando regiões com alta insegurança alimentar.
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