Crianças são flagradas sendo aviãozinho de drogas no DF
Artigo sobre exploração infantil no tráfico de drogas em Ceilândia, os riscos envolvidos e o desafio das autoridades em coibir essa prātica.
Desde o amanhecer, enquanto muitos jovens se preparam para mais um dia de escola, outros são colocados nas esquinas de uma área notória em Ceilândia, conhecida por ser um intenso ponto de tráfico, a chamada “boca de fumo”. Esses jovens, muitos deles com idades entre 8 e 16 anos, assumem funções de grande risco, servindo como intermediários nas transações de drogas.
Estes menores, apelidados de “aviõezinhos”, são obrigados a seguir ordens rigorosas dos traficantes, enfrentando longas jornadas e correndo sérios riscos de violência e até de morte. Esta realidade sombria ocorre a apenas 35 minutos da Esplanada dos Ministérios, contrapondo-se brutalmente com o cenário político e turístico de Brasília.
Como funciona o recrutamento desses jovens?
Na QNN 19, a prática do tráfico de drogas recruta ativamente crianças e adolescentes da região. Posicionados estrategicamente, esses jovens permanecem vigilantes, prontos para atender rapidamente os clientes que chegam. Veículos estacionam e, em movimentos coordenados e acelerados, esses menores entregam as drogas escondidas em locais como lixeiras e pneus de carros.
O que dizem as autoridades sobre essa exploração?
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), menores de 18 anos são considerados inimputáveis, o que significa que não podem ser legalmente responsabilizados como adultos por seus atos criminosos. Eles cometem atos infracionais, que são tratados de maneira diferente pelos órgãos jurídicos. Apesar disso, a exploração continua, muitas vezes sob o olhar indiferente ou impotente das autoridades locais.
Quais são os riscos envolvidos?
- Risco de morte: Devido ao ambiente violento do tráfico, esses jovens estão constantemente em perigo.
- Exposição à violência: Tanto física quanto psicológica, a violência é uma constante na vida desses menores.
- Escravidão moderna: As crianças são obrigadas a trabalhar em condições precárias, sem qualquer forma de proteção ou direitos garantidos.
As autoridades locais e nacionais ainda lutam para lidar eficazmente com a exploração de menores no tráfico de drogas, mesmo com leis e regulamentos em vigor destinados a proteger as crianças desse envolvimento. Organizações não governamentais e movimentos sociais frequentemente apontam a necessidade de políticas públicas mais efetivas e ação direta para erradicar essa forma de trabalho infantil, que figura entre as piores segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Em resumo, enquanto alguns menores se dirigem às escolas para aprender e crescer, outros são tragados para um mundo de crimes e perigos. A dualidade dessa realidade não apenas destaca as disparidades regionais dentro de áreas urbanas, mas também exige uma reflexão e ação significativa por parte de todos os setores da sociedade.
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