CPI da Petrobras une base e oposição; mas governo quer controle para evitar surpresas
A proposta de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a política de preços da Petrobras, sugerida hoje por Jair Bolsonaro, é defendida tanto por integrantes da base do governo quanto pela oposição...
A proposta de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a política de preços da Petrobras, sugerida hoje por Jair Bolsonaro, é defendida tanto por integrantes da base do governo quanto pela oposição.
Apesar disso, os deputados do Centrão e os alinhados ao presidente da República trabalham para ter o controle da investigação. Eles querem evitar “surpresas”. A justificativa é simples. Nas palavras de um líder governista, “sabe-se como uma CPI começa, mas não como ela termina”.
O PT, porém, trabalha por uma comissão mista – Câmara e Senado, justamente para que Lira não controle a atuação dos parlamentares.
O vice-presidente da Câmara, Lincoln Portela (PL-MG), disse que na semana que vem haverá um esforço concentrado para se formalizar a investigação. Para tirar a CPI do papel, são necessárias 171 assinaturas de deputados. Para uma CPI mista, seriam necessárias também 27 assinaturas no Senado.
“Haverá um esforço concentrado para a formalização de uma CPI. Uma reunião de comissão [parlamentar de inquérito] não matará ninguém”, afirmou Portela.
O vice-líder do PL na Câmara Capitão Augusto (SP) explicou que uma investigação neste sentido vai depender do poder de articulação de Lira.
“Também depende da vontade do Arthur [Lira]. O governo querendo, [sendo] alinhado com o Arthur, [a CPI] vinga. Há uma maioria folgada”, disse.
Líder do Progressistas na Câmara, André Fufuca (MA), criticou a petroleira, dizendo que há “disposição para acabar com a violência social” que a estatal vem exercendo perante a população. De acordo com Fufuca, a chance de a CPI dar certo existe devido à volta dos trabalhos presenciais.
Já líder do PSB, Bira do Pindaré (MA), classificou o pedido de investigação do governo federal sobre a estatal como uma “situação inusitada”. O assunto ainda será discutido em reunião conjunta com os demais partidos de oposição: PCdoB, PT e PSOL.
“Essa é a primeira vez na história que um presidente toma uma decisão contra ele mesmo. Quando se trata de aumento de combustíveis, o responsável é Bolsonaro, sendo o responsável pela nomeação do presidente da empresa e da maioria dos membros do conselho de administração”, ironizou Pindaré.
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