Corte Especial do STJ torna governador do AC réu por corrupção
Denúncia da PGR aponta que o governador participou de uma organização criminosa responsável pelo desvio de 11,7 milhões
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça tornou réu o governador do Acre Gladson Cameli (PP) pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e peculato. A decisão ocorreu por unanimidade.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que o governador e mais onze pessoas participaram de uma organização criminosa responsável pelo desvio de pelo menos 11,7 milhões.
A denúncia foi apresentada ao STJ, foro para processamento de autoridades como governadores, e está restrita a um dos fatos apurados na Operação Ptolomeu: irregularidades envolvendo a contratação fraudulenta da empresa Murano Construções LTDA, que teria recebido R$ 18 milhões dos cofres públicos para a realização de obras de engenharia viária e de edificação.
Além do governador, também foram denunciados a mulher de Cameli, dois irmãos do chefe do Poder Executivo, servidores públicos, empresários e pessoas que teriam atuado como “laranjas” no esquema.
De acordo com as investigações, a empresa Murano Construções e empresas subcontratadas – uma das quais tem como sócio Gledson Cameli, irmão do governador – teriam pagado propina ao chefe do executivo estadual em valores que superam os R$ 6,1 milhões, por meio do pagamento de parcelas de um apartamento em bairro nobre de São Paulo e de um carro de luxo.
Embora a denúncia trate apenas dos crimes praticados no âmbito do contrato firmado pelo governo estadual do Acre com a empresa Murano, há provas de que o esquema se manteve mesmo após o encerramento da contratação. Foram identificados oito contratos com ilegalidades, e a estimativa é que os prejuízos aos cofres públicos alcancem quase R$ 150 milhões.
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