Corregedoria da Polícia Civil de SP abre investigação ligada a Vaza Toga
Vaza Toga expôs vazamento de informações da Polícia Civil de São Paulo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a pedido de segurança de Moraes
A Corregedoria de Polícia Civil do estado de São Paulo abriu investigação, nesta quinta-feira, 15 de agosto, para investigar o vazamento de informações da corporação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), exposto no escândalo da Vaza Toga.
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O TSE, então sob presidência de Moraes, acessou dados da Polícia Civil paulista após pedido informal da segurança do gabinete do ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nas conversas de Whatsapp obtidas pela Folha de S. Paulo, o policial militar Wellington Macedo, lotado no gabinete de Moraes no STF, solicita ao grupo de combate a desinformação do TSE dados relacionados à segurança do ministro e de sua família.
Macedo é atendido pelo então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro.
Tagliaferro afirmou a Macedo, em ao menos um caso, que levantou as informações com a ajuda de um policial civil de São Paulo “de sua extrema confiança” sem revelar sua identidade.
A Polícia Civil afirmou em nota à Folha que “instaurou um procedimento na Corregedoria da instituição para apurar eventual envolvimento de um policial civil no vazamento de informações citado pela reportagem”.
A corporação também anunciou: “O policial militar citado [Macedo] encontra-se regularmente afastado para exercer cargo em comissão junto ao STF”.
Moraes tenta se justificar
Em seu primeiro pronunciamento após a Vaza Toga, Moraes afirmou, na quarta, 14, que seguir o rito legal com o TSE “seria esquizofrênico”.
“Seria esquizofrênico, como presidente do TSE, me auto-oficiar. Como presidente, tenho poder de polícia e posso, pela lei, determinar a feitura dos relatórios”, disse o ministro do STF, em sessão do plenário do STF.
“Nenhuma das matérias preocupa meu gabinete, me preocupa”, continuou.
Ele ainda afirmou: “Não há nada a esconder, todos os documentos oficiais juntados, a investigação correndo pela PF, todos já eram investigados previamente, e todos os recursos contra minhas decisões, as decisões foram mantidas pelo plenário do STF”.
A Vaza Toga
Mensagens de texto de assessores de Moraes indicam o uso “fora do rito” do TSE para avançar o inquérito das fake news no STF, diz reportagem da Folha de S. Paulo, publicada em 13 de agosto.
Segundo o jornal, o setor de combate à desinformação do TSE forneceu material ao gabinete de Moraes no STF.
“As mensagens revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais, tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não com a eleição daquele ano“, diz o jornal.
As trocas de informação ocorriam pelo aplicativo de mensagens WhatsApp.
De acordo com a reportagem, o “maior volume de mensagens com pedidos informais” envolveu o então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro, e o “assessor mais próximo de Moraes no STF”, o juiz instrutor Airton Vieira.
“As mensagens mostram que Airton Vieira (STF) pedia informalmente via WhatsApp ao funcionário do TSE relatórios específicos contra aliados de Jair Bolsonaro (PL). Esses documentos eram enviados da Justiça Eleitoral para o inquérito das fake news, no STF.”
O jornal afirma ter acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos de assessores de Moraes, incluindo Vieira, que é o primeiro auxiliar do gabinete do ministro no Supremo.
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