Controladora perde licença para operar Starbucks no Brasil Controladora perde licença para operar Starbucks no Brasil
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Controladora perde licença para operar Starbucks no Brasil

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Gustavo Roque
4 minutos de leitura 01.11.2023 14:15 comentários
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Controladora perde licença para operar Starbucks no Brasil

O grupo SouthRock não pode mais operar com a marca Starbucks no Brasil. A notificação foi recebida pelo controlador da marca no pais em 13 de outubro, durante as negociações para...

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Controladora perde licença para operar Starbucks no Brasil
Foto: Gustavo Roque / O Antagonista

O grupo SouthRock não pode mais operar com a marca Starbucks no Brasil. A notificação foi recebida pelo controlador da marca no pais em 13 de outubro, durante as negociações para a repactuação do contrato, e coloca em risco as operações do grupo SouthRock, que também controla as marcas Subway e Eataly no Brasil.

De acordo com o pedido de recuperação judicial encaminhado à Justiça de São Paulo nesta terça-feira, 31, a rede de cafeterias tem um faturamento bruto de R$ 50 milhões, o que representa uma parcela relevante do fluxo de caixa consolidado do grupo, informa a Folha de S. Paulo.

Segundo o jornal paulista, os advogados do escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil, que representam o fundo de investimentos, solicitaram uma medida urgente para garantir o direito de uso da marca pelo menos até o fim do processo de mediação.

Antes da decisão pelo pedido de recuperação judicial, as empresas buscavam reestruturação financeira e operacional. No entanto, segundo os advogados, os últimos anos foram marcados por prejuízos elevados, o que dificultou a obtenção de crédito para capital de giro.

O endividamento dos restaurantes e cafeterias foi agravado pela baixa lucratividade durante os meses de fechamento causado pela crise da Covid. Em 2020, o grupo registrou uma queda de 95% nas vendas e enfrentou grande inadimplência por parte de seus parceiros comerciais.

A redução nas vendas em 2021 ainda foi de aproximadamente 70% e, no ano seguinte, cerca de 30%, o que impediu uma recuperação completa do fluxo de caixa.

A defesa do grupo contesta a notificação extrajudicial enviada pela Starbucks Coffee International Inc., argumentando que a interrupção abrupta das negociações por condições de pagamento que refletissem sua atual capacidade financeira não é reconhecida.

Uma das lojas da franquia (foto), que fica na Zona Oeste da capital paulista, está de portas fechadas. Uma corrente com cadeado, trancado pelo lado de fora do estabelecimento, impede a entrada. Dentro, como pode se ver na foto abaixo, produtos e equipamentos estão organizados sobre o balcão.

Foto: Gustavo Roque / O Antagonista

As conversas entre os assessores legais da proprietária da marca e os controladores no Brasil teriam sido interrompidas na sexta-feira, 27. Segundo o pedido encaminhado à Justiça, se a suspensão da licença for mantida, o Grupo SouthRock enfrentará sérias dificuldades financeiras.

Além disso, o grupo também teme que outros credores e clientes busquem rescindir seus contratos caso a suspensão da licença seja mantida. O pedido da SouthRock é para que o direito de uso da marca Starbucks seja mantido durante o período de recuperação judicial.

Isso permitiria uma negociação produtiva entre as partes, conforme afirmado pelos advogados no documento.

O pedido de recuperação da controladora inclui ainda a suspensão da retenção dos recebíveis em todas as empresas – Starbucks, Eataly, Subway, TGI Fridays, Brazil Airport Restaurantes, Brazil Highway Restaurantes e Vai Pay Soluções em Pagamento.

Cerca de 80% do endividamento do grupo, que chega a R$ 1,8 bilhão, tem origem em operações com garantia em recebíveis, ou seja, nas receitas dos restaurantes.

Os advogados buscam impedir que as receitas sejam capturadas para o pagamento das dívidas, o que inviabilizaria a recuperação.

De acordo com a Folha, no documento encaminhado à 1ª Vara de Falências da Justiça de São Paulo, o grupo afirma que o total de suas dívidas é de R$ 1,8 bilhão e defende que a recuperação é totalmente viável. Eles alegam possuir os recursos necessários e o conhecimento necessário para manter suas atividades empresariais e obter lucros justos com suas operações.

Correção: Uma primeira versão desta matéria dizia no título que o Starbucks não poderia mais atuar no Brasil. O título foi adequado para deixar a situação formal da empresa mais clara.

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