Comerciante judia foi agredida com tapa, diz advogada
“A autoria e o dolo são indiscutíveis porque o caso foi filmado. E o crime de racismo é inafiançável”, afirma advogada
Herta Breslauer, a comerciante judia que sofreu ataques antissemitas em uma loja em Arraial d’Ajuda, na Bahia, foi agredida com um tapa no rosto pela mulher que a atacou na noite de sexta-feira, 2.
A advogada Lilia Frankenthal, que representa Herta no caso, disse ao jornal O Globo:
“A agressora entrou na loja e perguntou para a minha cliente: ‘Você está feliz?’. Antes que pudesse responder qualquer coisa, ela deu um tapa na cara da dona da loja.”
Segundo a advogada, a comerciante e a agressora, que é chilena, se conhecem há anos. A mulher, de acordo com o relato de Lilia Frankenthal ao jornal carioca, parou de falar com Herta desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
“A autoria e o dolo são indiscutíveis porque o caso foi filmado. E o crime de racismo é inafiançável. Ela incorreu em vários crimes. E o mais grave deles é o racismo”, acrescentou a advogada.
No vídeo que circula nas redes sociais é possível ver o momento em que a lojista foi chamada de “assassina de crianças”. A agressora avança então contra a comerciante.
“Sionista, assassina de crianças. Eu vou te pegar, maldita sionista”, disse a mulher na gravação. A agressora foi contida por um homem.
Após o ataque, Herta Breslauer foi a uma delegacia registrar boletim de ocorrência.
Em nota, a Confederação Israelita do Brasil e a Sociedade Israelita da Bahia denunciaram a agressão “repugnante” e “covarde” e defenderam que o ataque seja investigado como crime de ódio.
“A Conib vem pedindo moderação e equilíbrio às nossas lideranças para não importarmos o trágico conflito em curso no Oriente Médio. O antissemitismo deve ser condenado por todos, e sua explosão nos últimos meses aqui no Brasil e no mundo é consequência de visões odiosas e distorcidas sobre Israel e judeus manifestados por personalidades e distribuídas pelas redes sociais. Isso precisa acabar para evitarmos consequências ainda mais graves”, afirmam as entidades no comunicado.
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