Com barraco e defesa de Bolsonaro, Silvinei abre oitivas da CPMI
Silvinei Vasques (foto), um ex-policial rodoviário federal de 48 anos que comandou a PRF por oito meses no ano passado, abriu nesta terça-feira (20) a fase de oitivas da CPMI do 8 de Janeiro...
Silvinei Vasques (foto), um ex-policial rodoviário federal de 48 anos que comandou a PRF por oito meses no ano passado, abriu nesta terça-feira (20) a fase de oitivas da CPMI do 8 de Janeiro. Apesar de já estar aposentado naquele dia, o ex-policial precisou explicar uma série de atos anteriores à invasão das sedes da República, como a atuação da corporação durante as eleições e supostas operações que buscaram atrapalhar o voto de eleitores em todas as regiões.
Apesar de proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Silvinei defendeu a atuação da corporação. “É no Nordeste brasileiro é que temos nove estados, nove superintendências. Temos a maior estrutura da PRF no Brasil, a maior quantidade de unidades da PRF”, disse. Ele diz que o Nordeste teve tantas operações quanto qualquer outra — mas na região foram parados 2,5 vezes mais ônibus que no Centro-Oeste, a segunda região mais visada.
Ele negou que tivesse algo além de “uma relação profissional” com o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas não negou que fez um post, no dia do segundo turno, sugerindo votos ao então candidato do PL. Para ele, é “normal na PRF os policiais terem um candidato na sua hora de folga.”
O depoimento — que já dura cerca de cinco horas, com uma em almoço — já mostrou que a oposição deve mesmo mirar suas críticas na relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), a única mulher na direção da CPMI. Foi ela que protagonizou o primeiro bate-boca público da comissão, quando insistiu que Silvinei indicasse se havia ou não sido condenado na esfera penal. Eder Mauro (PL-PA), deputado que nem integra a CPMI, mandou que ela calasse a boca.
“Vá gritar em outro lugar”, retrucou a senadora. “Cale a boca!”
A CPMI deve focar seus esforços, até o recesso de julho, em apurar questões anteriores aos atos de 8 de janeiro. Por isso, na próxima sessão, marcada para esta quinta-feira (22), os parlamentares devem ouvir os acusados de planejar um atentado a bomba no aeroporto de Brasília, incluindo George Washington de Oliveira Sousa — que colocou uma bomba em um tanque de combustível próximo ao terminal.
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