A Câmara Municipal de Itatiaia, no Rio de Janeiro, aprovou a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito Irineu Nogueira (MDB, foto). O processo administrativo foi motivado pela prisão do político por injúria racial, após ser acusado por uma funcionária de uma padaria em Resende, município vizinho, de tê-la chamado de “negrinha”.

Um grupo formado por sorteio após a votação será responsável pela condução do processo. Os escolhidos foram: Thiaguinho (União Brasil) para presidente, Tim Campos (Solidariedade) para relator e Fabrício da Mudança (Solidariedade) para membro.

De acordo com reportagem do Globo, a vítima disse à polícia que Nogueira teria chegado à lanchonete e aberto a vitrine dos salgados, mesmo sendo advertido sobre a proibição dessa prática, principalmente por descumprir medidas da Vigilância Sanitária. Após ser contrariado, o prefeito teria começado a se referir à funcionária com palavras ofensivas. Além disso, ele também teria direcionado insultos a uma colega da vítima, dizendo: “Meu problema não é com você, é com aquela negrinha lá“.

Na terça-feira, 24, o prefeito compareceu à 99ªDP (Itatiaia) para prestar depoimento. Conforme informações disponíveis no site da Prefeitura de Itatiaia, Nogueira tem 60 anos, é casado e pai de três filhos. Há 41 anos, ele abriu um empreendimento em Penedo, também no Sul Fluminense, e atualmente possui dois estabelecimentos comerciais na cidade.

Em nota oficial enviada ao jornal carioca, o prefeito Irineu Nogueira negou as acusações.

“O prefeito de Itatiaia frequenta o estabelecimento em questão há 30 anos e nunca teve problemas com os funcionários. Ao chegar ao local na tarde do ocorrido e tentar pegar um pão, ele foi advertido de forma grosseira pela funcionária. Sem entender o comportamento da mesma, o prefeito afirmou que ela continuou sendo agressiva. Irineu Nogueira ressaltou que não proferiu ofensas em nenhum momento e que sua atitude foi informar o gerente do estabelecimento sobre a conduta da funcionária. Ele enfatizou ainda que repudia qualquer forma de racismo e está à disposição da justiça“.