Cid tentou vender Rolex de viagem oficial; havia relógio nas joias sauditas
A CPMI do 8 de janeiro está a analisar emails do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid (foto), negociando...
A CPMI do 8 de janeiro está a analisar emails do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid (foto), negociando um Rolex obtido em uma viagem oficial.
A informação é do Globo.
Não é possível afirmar até o momento de onde veio o relógio, mas havia um Rolex entre os pacotes de joias sauditas que entraram no Brasil ilegalmente em 2019.
Nos emails obtidos pela CPMI, Cid descreve o objeto como “um presente recebido durante uma viagem oficial” e pede US$ 60 mil, equivalente a R$ 300 mil na cotação atual.
A comissão teve acesso a uma resposta de uma compradora escrita em inglês e datada de 6 de junho de 2022.
“Obrigado pelo interesse em vender seu rolex. Tentei falar por telefone, mas não consegui”, disse a compradora.
“Quanto você espera receber por ele? O mercado de rolex usados está em baixa, especialmente para os relógios cravejados de platina e diamante, já que o valor é tão alto. Eu só quero ter certeza que estamos na mesma linha antes de fazermos tanta pesquisa”, acrescentou.
A defesa de Cid declarou não ter tido acesso a esses emails.
Como revelado pelo Estado de S. Paulo em março, uma comissão encabeçada pelo então ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, tentou entrar ilegalmente no Brasil no final de 2019 com joias vindas da Arábia Saudita.
Sabe-se a existência de pelo menos três pacote de joias. Nenhum deles entrou legalmente no Brasil visto que a comitiva não declarou nenhum dos bens à Receita Federal quando pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos — eles precisavam ser declarados, independentemente de serem presentes oficiais da Presidência ou itens de caráter personalíssimo.
O terceiro kit incluía um Rolex de ouro branco, cravejado de diamantes e chegou ao acervo pessoal de Bolsonaro. O ex-presidente devolveu o kit à Caixa Econômica Federal em abril.
Já o primeiro pacote foi apreendido pela Receita Federal ainda no aeroporto. Ele continha joias femininas estimadas em R$ 5 milhões. O ministro alegou à alfândega que elas seriam destinadas à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Bolsonaro conseguiu incluir em seu acervo pessoal o segundo kit, assim como o terceiro. Aquele contém um estojo com relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário da marca de luxo Chopard. A defesa do ex-presidente também devolveu esse conjunto à Caixa.
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