Cid implica Braga Netto para salvar delação premiada
A oitiva ocorreu na tarde desta quinta-feira, 21, e durou aproximadamente três horas; ex-ajudante de ordens falou sobre suposto plano golpista
O tenente-coronel Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro – esmiuçou o papel do ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto nas tratativas para se dar um golpe de Estado no Brasil e, assim, conseguiu manter os benefícios de sua delação premiada após depoimento prestado ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
A oitiva ocorreu na tarde desta quinta-feira, 21, e durou aproximadamente três horas. Segundo o STF, “o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Mauro Cid”. “O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. As informações do colaborador seguem sob apuração das autoridades competentes”, informou a Corte.
Na terça-feira, Cid prestou depoimento à Polícia Federal e foi questionado sobre o fato de não ter citado anteriormente um suposto plano para neutralizar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Os investigadores da PF defendiam o cancelamento do acordo de delação premiada por entender que Cid mentiu e omitiu fatos importantes em seus depoimentos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também tinha posicionamento semelhante, mas Paulo Gonet mudou de ideia após o depoimento de Cid.
Conforme apurou este portal, Cid detalhou, por exemplo, informações sobre a reunião realizada em 12 de novembro na casa de Braga Netto na qual supostamente se discutiu a chamada “minuta de golpe”, documento apontado como um dos principais elementos de provas da PF para implicar tanto Jair Bolsonaro quanto Braga Netto nas tratativas para se dar um golpe de Estado no país.
Em manifestação oficial, a defesa de Braga Netto repudiou o que chamou de “difusão de informações relativas a inquéritos, concedidas ‘em primeira mão’ a determinados veículos de imprensa em detrimento do devido acesso às partes diretamente envolvidas e interessadas. Assim, a defesa aguardará o recebimento oficial dos elementos informativos para adotar um posicionamento formal e fundamentado.”
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