Cid Gomes, do PSB, rompeu com o governo de Elmano de Freitas, do PT, podendo, com isso, complicar a gestão do atual governador e redefinir a corrida eleitoral no Ceará para 2026.

A saída de Cid da base governista acontece em um momento crítico, abrindo espaço para a formação de novos blocos políticos. Tais blocos podem unir-se a figuras já estabelecidas na política cearense, como Roberto Cláudio (PDT), Capitão Wagner (União) e André Fernandes (PL).

Ainda não está claro se Cid Gomes adotará uma postura neutra ou se fará oposição ao governo de Elmano. Outro ponto em aberto é se essa ruptura inclui também Camilo Santana, aliado importante e principal defensor da candidatura de Elmano em 2022.

Além disso, resta saber se os membros do PDT e PSB alinhados com Cid seguirão seus passos, possivelmente entregando cargos estaduais e abrindo mão de posições municipais junto a Evandro Leitão (PT).

Por que houve o rompimento?

O descontentamento que culminou na ruptura não vem de agora. Em 2022, Cid foi fundamental para a eleição de Elmano. Suas articulações políticas foram cruciais para vitórias significativas do PT no estado. Contudo, o partido parece ter ignorado sua influência na escolha dos candidatos, levando ao afastamento.

A principal causa dessa ruptura foi a indicação de Fernando Santana (PT) para a presidência da Assembleia Legislativa do Ceará, decisão tomada sem consultar Cid ou seus aliados mais próximos.

Desde 2007, os partidos ligados a Cid controlaram a presidência da Assembleia Legislativa. A expectativa, portanto, era que um nome ligado ao PDT assumisse o posto, mas a escolha recaiu sobre um candidato da base governista.

O senador, sentindo-se marginalizado nas decisões políticas, optou por se desvincular do grupo governista.

Concentração de poder nas mãos do PT

Cid Gomes já havia expressado anteriormente seu descontentamento com a concentração de poder nas mãos do PT, que controla atualmente o Governo Federal, o Governo do Estado, uma vaga no Senado, a Prefeitura de Fortaleza e agora almeja também a liderança na Assembleia Legislativa.

O deputado José Guimarães (PT), líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, enfatizou a importância de preservar a unidade entre as forças políticas aliadas no estado para garantir estabilidade e continuidade nos projetos políticos locais e nacionais.

O ministro Camilo Santana comentou o ocorrido, destacando que divergências são comuns e podem ser resolvidas através do diálogo. Ele reafirmou sua amizade e parceria com Cid Gomes, declarando seu apoio à candidatura dele ao Senado em 2026.

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