Cid deve prestar novo depoimento à PF
Convocação de Cid se dá na esteira de depoimento do ex-comandante geral do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid (foto) deve prestar um novo depoimento à Polícia Federal (PF), nos próximos dias.
A informação é do Globo, publicada nesta terça-feira, 5 de março.
Segundo o jornal, a PF acionou a defesa de Cid para marcar uma oitiva entre a quinta-feira, 7, e a próxima terça, 12.
A convocação se dá na esteira de depoimento do ex-comandante geral do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, implicando Bolsonaro nos atos antidemocráticos que eclodiram no 8 de janeiro.
Segundo a Folha de S. Paulo, com base em “fontes próximas ao general”, Freire Gomes “implicou Bolsonaro como responsável pela manutenção dos acampamentos golpistas e se eximiu da responsabilidade pela participação das Forças Armadas como fiscalizadoras das eleições, ação que colocou em dúvida a confiança das urnas eletrônicas”.
Ainda segundo o veículo, o general respondeu a cerca de 250 perguntas da PF sobre o final de 2022.
Decreto enxugado
O tenente-coronel Mauro Cid (foto), ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou em áudio enviado a um celular que a Polícia Federal diz ser do general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército em 2022, que o ex-presidente “enxugou o decreto” de golpe de Estado recebido de assessores.
A declaração foi obtida pela PF na investigação sobre o plano para reverter a vitória de Lula nas eleições de 2022.
Entre 8 de novembro e 9 de dezembro de 2022, Cid encaminhou pelo menos cinco áudios a um contato que, pela “análise dos dados e a contextualização”, indicam ser de Freire Gomes, segundo a PF.
Em 9 de dezembro, às 12h33, Cid afirmou que Bolsonaro “enxugou o decreto”
“Hoje o que ele [Bolsonaro] fez de manhã? Ele enxugou o decreto, né? Aqueles considerandos [sic] que o senhor viu e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais, é… Resumido, não é?”
Às 12h35, Cid enviou outro áudio, ratificando “[a relação das] pessoas que participaram da reunião no dia 07/12/2022 e a existência do decreto que foi alterado e limitado” por Bolsonaro, de acordo com os investigadores.
“Ele mexeu naquele decreto, né. Ele reduziu bastante [a minuta] e fez algo muito mais direto, objetivo, curto e limitado”, disse Cid.
Em 7 de dezembro, dois dias antes do áudio enviado por Mauro Cid, o chefe do Exército, seu contraparte da Marinha, Almir Garnier Santos, e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, estiveram no Palácio da Alvorada, conforme apontam registros da portaria.
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