Cid: Alexandre de Moraes é birrento; ele não iria ‘soltar o cordeiro’
O inquérito com o pedido de indiciamento de 37 pessoas, entre as quais o ex-presidente Jair Bolsonaro, está em posse do procurador-geral da República, Paulo Gonet
Material apreendido pela Polícia Federal (PF) indica que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, vazou informações sobre suas delações ao Supremo Tribunal Federal a integrantes do grupo que estava sendo investigado por participação no suposto plano para se dar um golpe de Estado no Brasil.
Segundo a PF, uma lista com informações sobre o teor da delação foi encontrada na mesa do coronel Flávio Peregrino, assessor do general Walter Braga Netto, que passou a ocupar posto de secretário de Relações Institucionais do PL em 2022. Após assinar sua delação premiada, Mauro Cid tinha como condição não ter contato com demais investigados.
“O contexto do documento é grave e revela que, possivelmente, foram feitas perguntas a MAURO CID sobre o conteúdo do acordo de colaboração realizado por este em sede policial, as quais foram respondidas pelo próprio, em vermelho”, diz o documento da Polícia Federal.
No documento, há referências, por exemplo, ao ministro do STF Alexandre de Moraes, classificado por Cid como “birrento”. “Ele não ia soltar o cordeiro”, teria dito Cid em referência à postura de Moraes durante as oitivas para obter mais informações sobre o suposto plano golpista.
Ainda no material, Cid informou que seu advogado, Cezar Bittencourt, teve que intervir em alguns momentos das oitivas.
“O contexto do referido documento confirma que o grupo criminoso praticou atos concretos para ter acesso ao conteúdo do Acordo de colaboração firmado por MAURO CESAR CID com a Polícia Federal”, concluiu o órgão policial.
Bolsonaro sabia de plano para neutralizar Moraes, diz PF
Como mostramos, a Polícia Federal afirma também no relatório que o ex-presidente da República tinha “pleno conhecimento” da operação Punhal Verde e Amarelo – o plano orquestrado por integrantes da ala radical do Exército para neutralizar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
“Há também nos autos relevantes e robustos elementos de prova que demonstram que o planejamento e o andamento dos atos eram reportados a JAIR BOLSONARO, diretamente ou por intermédio de MAURO CID”, diz a PF, que acrescenta.
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