Chuvas contabilizam mais de 100 mortos em menos de um ano no RS
Somente em 2023, ocorreram três eventos semelhantes, nos meses de junho, setembro e novembro, que resultaram na morte de 75 pessoas
Os temporais que atingem o Rio Grande do Sul desde 29 de abril já causaram uma verdadeira tragédia no estado. Segundo dados da Defesa Civil, até o momento foram registradas 31 mortes. Além disso, há ainda 74 desaparecidos, 56 feridos e 235 municípios afetados.
As regiões mais afetadas são a Central, dos Vales, Serra e Metropolitana de Porto Alegre. A situação é bastante crítica, com cerca de 14,8 mil pessoas fora de casa. Dessas, 4.645 estão abrigadas em locais de acolhimento e outras 10.242 estão desalojadas, hospedadas na casa de familiares ou amigos, informou reportagem do G1.
Desastres climáticos no Rio Grande do Sul
De acordo com especialistas, esses temporais são parte de uma série de desastres climáticos que têm assolado o estado nos últimos meses. Somente em 2023, ocorreram três eventos semelhantes, nos meses de junho, setembro e novembro, que resultaram na morte de 75 pessoas.
No entanto, as causas dessa última tragédia se diferenciam das anteriores. Segundo o governador Eduardo Leite (PSDB), os temporais que começaram no final de abril podem ser classificados como o “maior desastre do estado“. As chuvas intensas provocaram inundações e enchentes que afetaram diretamente a população.
A região mais atingida foi o Vale do Taquari, onde 54 pessoas perderam a vida em decorrência das cheias. Esse episódio foi considerado o maior desastre natural da história do Rio Grande do Sul até aquele período.
Fatores que favoreceram os desastres
Os especialistas apontam que uma combinação de fatores explicam o impacto devastador dessas chuvas no Vale do Taquari. O mês de maio registrou temperaturas acima do normal, juntamente com a chegada de uma frente fria. Esse contraste entre o ar frio vindo da Antártida e a região tropical da América do Sul favoreceu a formação de um ciclone extratropical.
No entanto, o evento climático atual, que já causou tantas mortes e desaparecimentos, é resultado de um fenômeno diferente. Diferente dos temporais anteriores, que ocorreram de forma concentrada e rápida, esse novo episódio é marcado pela persistência das chuvas.
A previsão dos especialistas é que as chuvas continuem nos próximos dias, com possibilidade de volumes muito elevados. Segundo os meteorologistas, existe a previsão de alerta máximo para esta sexta-feira, 3, classificado como perigo extremo. A quantidade de chuva pode ultrapassar os 100 milímetros em apenas 24 horas.
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