Ana Paula Magalhães de Albuquerque Lima, chefe de gabinete do senador Davi Alcolumbre (União-AP), será ouvida pela Polícia Federal no âmbito da Operação Overclean. A informação é do jornal O Globo. Ela está entre as pessoas listadas para depor na investigação, que apura um suposto esquema de desvio milionário de recursos públicos por meio de emendas parlamentares e contratos com prefeituras.

Até o momento, 12 depoimentos já foram colhidos. A Operação Overclean segue com o foco em desvendar como os recursos teriam sido direcionados e distribuídos, enquanto outros nomes de peso aguardam para prestar esclarecimentos às autoridades. Alcolumbre, é favorito para assumir a presidência do Senado em 2025.

Ana Paula, Davi e Waldez

Segundo as investigações, o nome de Ana Paula surgiu em mensagens obtidas pela Polícia Federal, trocadas entre empresários investigados por suposto envolvimento no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.

Em uma dessas conversas, o contato dela, salvo como “Ana Paula Davi”, foi compartilhado enquanto os interlocutores discutiam uma possível “transferência para o programa” e a “proposta de proponente de emenda parlamentar”.

Os projetos mencionados nas mensagens estão sob escrutínio da PF e são vinculados ao Ministério do Desenvolvimento e Integração Regional, atualmente sob o comando de Waldez Goes (PDT), aliado político de Davi Alcolumbre.

Overclean

Como mostramos, cerca de R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo, encontrado em uma aeronave que fazia o trajeto Salvador-Brasília, tornou-se o ponto de partida para a operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal. A investigação apura um esquema de desvio de recursos provenientes de emendas parlamentares destinadas ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

Entre os alvos da operação está Francisco Nascimento (União), vereador de Campo Formoso (BA) e primo do deputado federal Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara.

A Polícia Federal está analisando o vínculo de autoridades com empresários envolvidos na operação.

Segundo as investigações, Lucas Lobão, ex-chefe do Dnocs na Bahia, e um empresário que ainda não teve o nome revelado, utilizavam aeronaves para movimentar os valores provenientes de emendas e direcionados ao esquema de corrupção. Marcos Moura, apontado como líder da organização criminosa, foi identificado como responsável por coordenar os voos.