Centrão quer usar pacote fiscal para ampliar espaço na base de Lula
Deputados do PSD e do União Brasil querem cargos de primeiro e segundo escalão; parlamentares do Republicanos garimpam vaga de Padilha
Integrantes do PSD e do União Brasil defendem que, para apoiar o conjunto de medidas de ajuste fiscal encaminhadas pelo governo federal, as duas siglas precisam ganhar mais espaço tanto no primeiro quando no segundo escalões do Palácio do Planalto.
Conforme apurou O Antagonista, os líderes das duas siglas – Antônio Brito e Elmar Nascimento, respectivamente – enviaram os pleitos por meio de emissários ao ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
O próprio cargo de Padilha volta a ser colocado em xeque após a rebelião da base na votação das urgências dos dois projetos de lei que versam sobre o ajuste fiscal. O PL 4614/24 prevê a limitação do ganho real do salário mínimo aos limites do arcabouço fiscal; o PLP 210/24 autoriza o governo a limitar a utilização de créditos tributários caso haja déficit nas contas públicas. As urgências das duas propostas foram aprovadas, mas com votos contrários de integrantes do próprio PT, PCdoB, PSD, União Brasil e até do PSOL.
Aliados de Lira defendem que Padilha seja exonerado e dê lugar para algum integrante do Republicanos, partido do favorito a suceder a Arthur Lira (PP-AL) na Presidência da Câmara, Hugo Motta.
Na visão dessa ala, um nome viável seria do atual ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho. Assim, automaticamente, se abriria espaço para integrantes ou do União Brasil ou do PSD.
Mudanças podem ajudar a desatar nós junto ao PL
Além disso, esse rearranjo poderia resolver um problema que ainda não foi contornado por Lira nas articulações pela candidatura de Motta: o espaço do PL na próxima legislatura. Integrantes do partido defendem que a sigla mantenha o controle da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), pelo fato de ser o partido com o maior número de deputados. Para atenuar o desconforto da desistência de Elmar Nascimento, o grupo de Lira se comprometeu a entregar a CCJ no ano que vem ao hoje líder do União Brasil.
Como mostramos mais cedo, nem mesmo o PT está confortável em votar o pacote de medidas de ajuste fiscal.
Questionado mais cedo por O Antagonista se o PT fechou questão em torno das propostas enviadas pelo governo Lula, o deputado Zeca Dirceu – ex-lider do governo Lula na Câmara, – afirmou que ainda há questões internas a serem debatidas entre os parlamentares antes de se firmar um entendimento sobre o caso. “Nada definido, existe, sim, insatisfação. A insatisfação é por parte das mudanças do BPC” declarou.
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