Censo 2022: 11,4 milhões de analfabetos no Brasil
No Censo de 2020, as pessoas com 15 anos ou mais que não sabiam ler nem escrever eram 9,6%
Dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira, 17, pelo IBGE, mostram que 11,4 milhões de pessoas com 15 anos ou mais no Brasil não sabem ler nem escrever, configurando uma taxa de analfabetismo de 7%.
No Censo de 2020, os analfabetos eram 9,6%. Em 1940, menos da metade da população era alfabetizada, cerca de 44%.
As menores taxas de analfabetismo foram de 4,3% para pessoas que se declaram brancas e 2,5% para pessoas amarelas com 15 anos ou mais, enquanto as taxas para pessoas de cor preta, parda e indígena pertencentes ao mesmo grupo etário foram de 10,1%, 8,8% e 16,1%, respectivamente.
“Ou seja, as taxas de analfabetismo de pretos e pardos são mais que o dobro das dos brancos, e a de indígenas é quase quatro vezes maior. No entanto, de 2010 para 2022, a diferença entre brancos e pretos caiu de 8,5 para 5,8 p.p e a vantagem também ficou menor em relação a pardos (de 7,1 p.p. para 4,3 p.p.) e indígenas (de 17,4 p.p. para 11,7 p.p)”, diz o IBGE.
Analfabetismo por faixa etária
A queda no analfabetismo foi observada em todas as faixas etárias. Em 2022, a faixa etária mais jovem de 15 a 19 anos atingiu a menor taxa de analfabetismo (1,5%), enquanto a faixa etária de 65 anos ou mais manteve a maior taxa de analfabetismo (20,3%). No entanto, houve uma queda significativa em três décadas, passando de 38% em 2000, para 29,4% em 2010 e 20,3% em 2022, uma redução de 46,7%.
Segundo Betina Fresneda, analista do IBGE, esse comportamento “reflete, principalmente, a expansão educacional, que universalizou o acesso ao ensino fundamental no início dos anos 90, e a transição demográfica, que substituiu gerações mais antigas e menos educados por gerações mais novas e mais educadas”.
“A elevada taxa de analfabetismo entre os mais velhos é um reflexo da dívida educacional brasileira, cuja tônica foi o atraso no investimento em educação, tanto para escolarização das crianças, quanto para a garantia de acesso a programas de alfabetização de jovens e adultos por uma parcela das pessoas que não foram alfabetizadas nas idades apropriadas”, acrescentou.
Alfabetização por região
A região Sul é a que tem a maior taxa de alfabetização do país, 96,6%, seguida pela região Sudeste, 96,1%.
O Nordeste, por sua vez, permanece como a região com índice de alfabetização mais baixo. Em 2010, a taxa era de 80,9%. Em 2022, ela saltou para 85,8%.
A segunda menor taxa de alfabetização é a da Região Norte, cujo indicador ficou em 91,8%.
Santa Catarina lidera
Entre as unidades federativas, as maiores taxa de alfabetização foram registradas em Santa Catarina, 97,3%, e no Distrito Federal, 97,2%.
Os estados de Alagoas e Piauí, por outro lado, registraram as menores: 82,3% e 82,8%, respectivamente.
Municípios
Apenas os municípios com mais de 100 mil habitantes tiveram uma taxa de analfabetismo abaixo da média nacional.
Os 1.366 municípios com população entre 10.001 e 20.000 habitantes apresentaram uma taxa média de analfabetismo de 13,6%, percentual quatro vezes maior do que o calculado para os 41 municípios com mais de 500 mil habitantes (3,2%).
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