Em meio a inquérito da PF, CCJ da Câmara volta a discutir voto impresso
Evento é agendado no momento em que a PF indicia 37 pessoas, entre as quais Bolsonaro, pela tentativa de se instituir um golpe de Estado no Brasil
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados vai realizar na próxima quinta-feira, 28, uma audiência pública para discutir a “recontagem física dos votos nos pleitos para cargos eletivos federais, estaduais, distritais ou municipais“.
O autor do requerimento para a audiência é o deputado José Medeiros (PL-MT) e foi aprovado no final do mês passado. A CCJ é comandada por Caroline de Toni (PL-SC, foto), uma das mais importantes aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Entre os convidados para a audiência estão a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia; o ex-desembargador Sebastião Coelho da Silva; o desembargador federal William Douglas, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e o Procurador do Estado do Mato Grosso do Sul Felipe Marcelo Gimenez.
A O Antagonista, Medeiros explicou que a ideia da audiência é ‘preparar o caminho’ para um projeto que obriga que representantes partidários monitorem, pontualmente, o resultado das urnas. E que a proposta não cita, especificamente, que a auditoria se dará pelo voto impresso. “O que a gente quer não é descredibilizar a urna eletrônica, mas ampliar esse debate para modernizar o processo de segurança da urna“, acrescentou o deputado.
Indiciamento da PF x voto impresso no Brasil
A audiência ganha importância justamente no momento em que a Polícia Federal (PF) indiciou 37 pessoas, entre as quais Bolsonaro, pela tentativa de se instituir um golpe de Estado no Brasil.
Um dos núcleos da organização criminosa citada pela PF diz respeito justamente à busca incessante de se desacreditar no sistema de votação eletrônica.
A desconfiança sobre o atual sistema eleitoral é pauta típica do bolsonarismo. Defensor do debate sobre a contagem pública de votos no parlamento, Medeiros, no entanto, afirmou em outubro que esse assunto é uma demanda da população, e não apenas de um grupo político. “A confiança no processo eleitoral brasileiro é para todos nós”, afirmou.
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