Casos de febre do oropouche crescem em 22 estados brasileiros
Com 7.653 casos confirmados em 2024, a febre do oropouche preocupa autoridades de saúde, especialmente no Amazonas
A febre do oropouche, uma doença transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, tem avançado rapidamente em várias regiões do Brasil em 2024.
Dos 27 estados do país, apenas cinco — Distrito Federal, Goiás, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul — ainda não notificaram casos da infecção, segundo os dados mais recentes do Painel de Monitoramento de Arboviroses.
Até o início desta semana, o país já havia registrado um total de 7.653 casos confirmados da doença e duas mortes. O Amazonas é o estado mais afetado, com 3.228 casos, seguido por Rondônia (1.710 casos), Bahia (844 casos), Espírito Santo (441 casos) e Acre (270 casos). Esses números colocam o Amazonas no topo do ranking de infecções, gerando grande preocupação entre as autoridades de saúde locais e nacionais.
Distribuição dos casos de febre do oropouche
O levantamento mais recente revela que, além do Amazonas, outros estados também estão enfrentando um aumento significativo no número de casos. Mato Grosso do Sul e Paraíba, por exemplo, notificaram um caso cada um; São Paulo registrou cinco casos; Alagoas, seis; e Tocantins, oito. Embora esses números possam parecer baixos em comparação com o Amazonas, eles indicam a disseminação do vírus por diversas regiões do país.
Em julho, o Ministério da Saúde confirmou as primeiras mortes associadas à febre do oropouche no Brasil. Duas mulheres, ambas com menos de 30 anos e sem comorbidades, morreram no interior da Bahia após apresentarem sintomas graves que lembravam a dengue. Até então, não havia relatos na literatura científica sobre óbitos causados por essa doença, o que acende um alerta sobre a gravidade potencial da febre do oropouche.
As mortes confirmadas colocam em evidência a necessidade de intensificar as ações de prevenção e controle da doença, especialmente em regiões onde o mosquito transmissor é comum. A situação também motivou a abertura de investigações adicionais para entender melhor o comportamento do vírus e as circunstâncias que levaram a esses desfechos fatais.
Transmissão vertical
Além das mortes, o Ministério da Saúde está investigando oito casos suspeitos de transmissão vertical da febre do oropouche, ou seja, a passagem do vírus da mãe para o bebê durante a gestação ou no parto. Esses casos foram registrados em Pernambuco, Bahia e Acre. Metade dos bebês nascidos com a infecção apresentaram anomalias congênitas, como microcefalia, enquanto os demais não resistiram.
Na última segunda-feira, 13, a Secretaria de Saúde do Ceará também anunciou que está investigando um possível óbito fetal relacionado à febre do oropouche.
A gestante, de 40 anos, residente em Baturité, foi atendida em Capistrano após apresentar sintomas que levantaram suspeitas de infecção pelo vírus. As autoridades de saúde do estado destacaram a importância de um plano de ação para enfrentar a crescente ameaça representada por doenças transmitidas por insetos, como a febre do oropouche.
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