Em outubro de 2024, Isabela Tibcherani trouxe à tona revelações perturbadoras sobre a violência familiar que viveu sob o domínio de seu pai, Paulo Cupertino. Durante um depoimento no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, ela descreveu como foi mantida em cárcere privado e sem contato com o mundo exterior por oito meses. A motivação para tal controle foi o ciúme extremo que Cupertino tinha de seu relacionamento com o ator Rafael Miguel.

O depoimento de Isabela revelou detalhes chocantes sobre os abusos sofridos dentro de casa. Cupertino, que já era conhecido por seu temperamento agressivo, foi além das agressões físicas. A jovem estava privada de liberdade, sem acesso a dispositivos de comunicação ou qualquer forma de interação com o exterior enquanto seu pai ridicularizava seu namoro. Esses relatos só se tornaram públicos anos após o evento trágico que terminou em homicídio múltiplo.

Quem foi Paulo Cupertino?

Paulo Cupertino, cuja notoriedade se firmou após o homicídio de Rafael Miguel e seus pais, sempre foi percebido como autoritário e violento. Cupertino encontrou seus alvos, movido pelo ciúme e pela obsessão em controlar a vida da filha. Em junho de 2019, ele assassinou o ator Rafael Miguel e seus pais, Miriam Selma Miguel e João Miguel, com 13 tiros, marcando indelevelmente o cenário do crime como um ato de desespero possessivo.

A história de violência de Cupertino não se restringia apenas à filha. Vanessa Tibcherani, sua ex-companheira e mãe de Isabela, também relatou episódios de violência doméstica durante o casamento. Esses relatos ajudaram a construir um perfil de um homem dominador e perigoso, cuja influência distorcida destruiu a vida daqueles ao seu redor.

Como Isabela viveu o dia do crime?

O relato de Isabela reconta o horror da tarde do crime. Segundo a jovem, já dentro de casa, ela ouviu seu pai desdenhar da possibilidade de qualquer diálogo, seguido por disparos incessantes. Enquanto Rafael e sua família eram assassinados, Isabela se refugiou no quarto, tão aterrorizada pelas circunstâncias que não conseguiu testemunhar o ato final de violência.

Esse episódio trágico resultou no julgamento de Paulo Cupertino, que permanece encarcerado desde 2022. Não obstante, o processo foi suspenso devido à troca de advogado de Cupertino, evidenciando as complexas manobras legais que muitas vezes caracterizam casos de grande repercussão.

Quando o julgamento será retomado?

O futuro legal de Cupertino e seus cúmplices, Eduardo Machado e Wanderley Senhora, ainda está por se definir. O Ministério Público deseja que Isabela e Vanessa deem mais depoimentos, visto que suas narrativas são fundamentais para a compreensão completa do caso. Contudo, sua contribuição dependerá de novas intimações, já que não são obrigadas por lei a comparecer novamente ao tribunal.

Os desdobramentos deste caso continuam a atrair atenção nacional, sendo um constante lembrete do impacto devastador que a violência doméstica pode ter. Cabe agora ao sistema judiciário determinar o destino de Cupertino, refletindo sobre as consequências de seus atos na vida de sua filha e de tantos outros.