A reunião da Comissão de Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara dos Deputados, com a presença da ministra Marina Silva, nesta quarta-feita,16, foi marcada por ânimos acirrados entre deputados de oposição e base governista.

Não faltaram ofensas direcionadas à ministra e devolutivas no mesmo tom. Questionado por Marina sobre a condução dos trabalhos no colegiado, marcada por conversas paralelas e interrupções, o presidente do colegiado, Evair de Mello (PP-ES) disse que está acostumado a lidar “com a ignorância”. A fala foi direcionada à Marina. “Inclusive com a sua própria”, rebateu a ministra.

Mello afirmou que Marina descumpriu o regimento da Câmara por “falar besteiras. É inadmissível uma deputada não saber o regimento”, disse o presidente da Comissão.

Questionada pela deputada Júlia Zanatta (PL-SC) se é “capacho de ONG”, a ministra de Lula rebateu: “capacho é quem faz discurso de encomenda, visando a lacração”.

Sobrou até para Capobianco

O secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, fez pedidos pela contenção de deputados que subiram o tom contra Marina, e foi repreendido por Evair: “o senhor está aqui na condição de assessor, se atenha ao seu papel”.

Enquanto no Senado, as oitivas de Marina são marcadas por “tranquilidade”, na Câmara, o “tom bélico” é característica principal dos diálogos entre a ministra e a oposição.

Marina quebrou o próprio recorde

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) provocou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, a respeito dos índices de queimadas registrados durante o governo Lula em 2024. O deputado acusou Marina de ser a responsável pelo segundo recorde no número de queimadas do Brasil, durante 25 anos. A fonte para a afirmação é um levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

“Me pergunto o que o Lula pensou quando convidou a senhora para assumir o Ministério do Meio Ambiente, quando o recorde anterior já era do primeiro governo Lula. A senhora quebrou o próprio recorde”, destacou o parlamentar.

O deputado gaúcho considera que o efeito das enchentes no Rio Grande do Sul foi agravado pela assistência prestada pelo governo petista. “O legado do PT, no poder há 16 anos, é uma inoperância do governo em nos ajudar“.

Conforme os dados repercutidos durante a reunião, o ano de 2024 registrou o maior número de queimadas em 25 anos. Um total de 17.551 até o início do ano. O número só é maior do que o registrado em 2003: 17.282 queimadas pelo Brasil. Marina Silva era ministra.