Campos Neto revela plano de Tarcísio: “Candidato em 2030”
"Todas as vezes que discuti com o Tarcísio, o que ele dizia para mim é: 'eu sou candidato em 2030'", diz o presidente do Banco Central
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (ao centro na foto), concedeu entrevista a O Globo para falar sobre a transição no comando instituição, e acabou revelando os planos eleitorais do aliado Tarcísio de Freitas (à direita na foto), governador de São Paulo.
Questionado sobre a homenagem que recebeu em São Paulo, durante a qual, especulou-se, Tarcísio teria lhe convidado para ser ministro de um futuro governo, Campos Neto voltou a negar que tenha tratado do assunto, e sugeriu um horizonte de disputa presidencial para além de 2026.
“Nunca falei com o Tarcísio que queria ser ministro de nada. Todas as vezes que discuti com o Tarcísio, o que ele dizia para mim é: ‘eu sou candidato em 2030′”.
Presidência da República?
Eleito governador em 2022, Tarcísio ainda pode se reeleger em 2026, mas, em caso de reeleição, não poderia concorrer de novo ao governo do estado em 2030. Para um ex-governador de São Paulo, a disputa presidencial se tornaria óbvia ao fim do segundo mandato.
O tabuleiro da disputa presidencial de 2026 ainda está aberto, contudo, e Tarcísio é cogitado entre os candidatos da direita, caso Bolsonaro não consiga recuperar sua elegibilidade até lá.
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“A gente discute, sou amigo pessoal dele. Foi uma coisa que foi totalmente tirada do contexto e foi colocada uma roupagem política que não houve. Por que eu posso fazer em Mato Grosso e não em São Paulo, só porque o Tarcísio é candidato a presidente?”, disse Campos Neto, destacando que já tinha sido homenageado no Mato Grosso antes de receber a honraria em São Paulo.
Camisa da seleção
O presidente do BC, que deve ser substituído por Gabriel Galípolo, hoje diretor de Política Monetária do banco, também comentou o fato de ter ido votar em 2022 com uma camisa da seleção brasileira, associada a Jair Bolsonaro:
“Hoje eu teria feito diferente. O voto é um ato privado. Não acho que seria surpresa , as pessoas não achariam que eu não ia votar desta forma. Teria feito diferente, mas acho que, no fim das contas, a autonomia e a independência se fazem pelo que eu fiz ao longo do tempo no Banco Central. Fizemos a maior alta de juros em período eleitoral dos países emergentes.”
Campos Neto volta a mencionar o episódio da camisa em outro momento da entrevista:
“Quem vai me suceder aqui tenho certeza que vai ter proximidade com o governo atual, que vai participar de eventos do governo atual. E espero que ele não seja julgado por isso. Aliás, eu espero que a pessoa que venha me suceder aqui não seja julgada nem pela cor da camisa com a qual ele votou, nem pelas reuniões que ele fez, nem pelos jantares que ele fez, e sim pelas decisões técnicas que tomou.”
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