Cabo Gilberto reage a Andrei Rodrigues: “Pessoas escolhidas para perseguir”
"Não cabe ao diretor da PF desrespeitar a Constituição", declarou o deputado ao avaliar fala de Rodrigues sobre "limites para a imunidade parlamentar"
O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) reagiu à declaração do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que, nesta segunda-feira, 7 de janeiro, afirmou que a crítica feita por ele ao delegado da Polícia Federal, Fábio Shor, teria ultrapassado os limites da imunidade parlamentar.
Gilberto Silva, que foi indiciado pela Polícia Federal em razão das declarações, defendeu a liberdade de expressão no exercício do mandato.
O parlamentar afirma que o indiciamento foi encerrado e enviado à Procuradoria Geral da República (PGR) sem o seu depoimento, e que só na fase final do processo teve acesso ao conteúdo.
“Infelizmente, uma pequena parte da PF está manchando a gloriosa instituição. São pessoas escolhidas a dedo para perseguir a oposição ao atual regime, cumprindo ordens flagrantemente ilegais. Hoje, a maioria dos parlamentares tem receio de usar a tribuna para denunciar o estado de exceção. Eu fui eleito para representar as ideias daqueles que votaram em mim. Isso que nós estamos vivendo não pode ser considerado democracia”, destacou o parlamentar em entrevista a O Antagonista.
Prerrogativas
O parlamentar mencionou que tem conversado com o líder do Republicanos, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito na sucessão de Arthur Lira (PP-AL), sobre a defesa das prerrogativas dos parlamentares. “Ele é do meu estado. Antes do indiciamento, já falávamos sobre o clima que está insustentável”, frisou.
Suspeição de Dino
Cabo Gilberto também considera que, ao ser designado relator do caso, o ministro Flávio Dino deveria “ter se averbado suspeito. Eu e Marcel tivemos embates com ele quando era ministro do governo”.
Dino também é o relator do processo que tem como alvo o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), que chamou Fábio Shor de “abusador de autoridade” na tribuna da Câmara.
Legitimidade
O parlamentar rebateu as declarações do diretor-geral da PF, que defende o indiciamento e os supostos “limites” para as declarações dos parlamentares na tribuna.
“Não é isso que diz a Constituição. Não cabe ao diretor da PF desrespeitar a Constituição. Somos invioláveis por quaisquer palavras e opiniões.”
Para ele, está provado que a conduta do delegado em questão é duvidosa e que Shor teria cometido “fraude” durante investigações envolvendo o alto escalão bolsonarista.
O deputado considera ainda que o Judiciário aplica dois pesos e duas medidas ao dar prosseguimento a processos envolvendo parlamentares de direita e esquerda. “Todas as denúncias contra parlamentares da esquerda que chegam ao STF são arquivadas”, finalizou.
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