BYD afasta funcionários após denúncias de agressões em Camaçari
Montadora chinesa enfrenta investigações sobre condições de trabalho em sua nova fábrica na Bahia
A BYD, montadora chinesa de veículos elétricos, anunciou nesta segunda-feira, 2, o afastamento e retorno à China dos funcionários envolvidos em agressões contra operários na construção de sua fábrica em Camaçari, Bahia.
O vice-presidente sênior da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, informou que solicitou ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, o cancelamento dos vistos dos envolvidos.
As denúncias apontam que trabalhadores chineses de empresas terceirizadas enfrentavam jornadas de até 12 horas diárias sem folgas, falta de acesso a água potável e agressões físicas por parte de superiores. Cerca de 470 operários das empresas Jinjiang Group, Open Steel e AE Corp foram contratados para as obras.
Em resposta, a BYD afirmou que repudia veementemente qualquer forma de agressão e que tomou medidas rigorosas contra os responsáveis, incluindo seu afastamento e proibição de acesso à unidade. A empresa também exigiu que as terceirizadas adotem providências urgentes para evitar a repetição de tais situações.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou um inquérito para investigar as condições de trabalho na construção da fábrica. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, declarou confiar na BYD e afirmou que atitudes estão sendo tomadas em relação às denúncias.
A fábrica de Camaçari, com investimento previsto de R$ 5,5 bilhões, deverá iniciar operações em março de 2025. A expectativa é gerar até 10 mil empregos diretos até o final de 2025. Atualmente, a BYD opera três fábricas no Brasil: duas em Campinas (SP), dedicadas à montagem de ônibus elétricos e produção de módulos fotovoltaicos, e uma em Manaus (AM), focada na produção de baterias de fosfato de ferro-lítio.
As recentes denúncias colocam em evidência os desafios enfrentados por empresas estrangeiras ao adaptar suas práticas trabalhistas às normas brasileiras, ressaltando a importância de garantir condições dignas e seguras para todos os trabalhadores envolvidos.
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