BTG compra parte da Vila Olímpica do RJ
Dos sete complexos residenciais construídos na Vila Olímpica do Rio de Janeiro, quatro permanecem fechados
Enquanto a vila olímpica de Paris está em festa com a abertura dos jogos, a do Rio de Janeiro é vendida a um banco por falta de ocupação.
Após oito anos dos Jogos Olímpicos de 2016, o grandioso condomínio que hospedou atletas no Rio de Janeiro sofre com pouca ocupação. Dos sete complexos residenciais construídos, quatro permanecem fechados, sem autorização da prefeitura para habitação, registrou reportagem da Folha de S. Paulo.
A Vila Olímpica, situada em uma área próxima a Jacarepaguá, foi recentemente incorporada ao novo bairro Barra Olímpica, criado pela Câmara do Rio e pelo prefeito Eduardo Paes (PSD). O imponente empreendimento, desenvolvido pela Carvalho Hosken em parceria com a antiga Odebrecht, ocupa uma área de 820 mil m² e inclui 31 edifícios com 18 andares cada.
Promessa não cumprida na Vila Olímpica
Nomeado de Ilha Pura, o condomínio foi projetado para ser vendido no mercado imobiliário ainda em 2014, dois anos antes das Olimpíadas. No entanto, dos 3.604 apartamentos construídos, menos de 40% foram vendidos até hoje. Segundo especialistas do mercado imobiliário carioca, a taxa de ocupação atual não passa de 30%, com 19 dos 31 edifícios permanecendo fechados.
Recentemente, o banco BTG Pactual iniciou a compra de aproximadamente 2.500 imóveis remanescentes da Carvalho Hosken.
A negociação, aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 10 de julho, marca a maior transação imobiliária do Brasil este ano. Além dos imóveis, a compra inclui dívidas de IPTU e outras inadimplências deixadas pela construtora.
O BTG Pactual planeja revitalizar e relançar os imóveis com uma nova estratégia de marketing, visando vender pequenos blocos dos edifícios. A instituição financeira acredita no potencial de valorização dos imóveis, considerando a boa infraestrutura existente, embora precise realizar reparos nas unidades.
Atualmente, o valor do metro quadrado na Ilha Pura é vendido com um desconto de 20% a 30% em comparação a unidades similares na região. O preço médio é de R$ 9.106, mas acaba sendo vendido por cerca de R$ 8.368, enquanto imóveis similares na área são vendidos por aproximadamente R$ 11.200 por metro quadrado.
Reclamações dos moradores
Muitos compradores, atraídos pela promessa de valorização e infraestrutura pós-Olimpíada, se frustraram com atrasos e falhas na entrega dos apartamentos.
Silvia Hammes, uma das primeiras compradoras, que falou ao jornal paulista, processou a construtora por não cumprir os prazos. Atualmente, enquanto alguns moradores estão satisfeitos, outros enfrentam problemas como elevadores inoperantes e falhas no fornecimento de energia.
A Carvalho Hosken, pioneira no desenvolvimento da Barra da Tijuca desde a década de 1970, investiu R$ 2,3 bilhões na Ilha Pura em parceria com a Odebrecht, com financiamento da Caixa Econômica Federal. No entanto, o envolvimento da Odebrecht em escândalos de corrupção e a subsequente crise do mercado imobiliário prejudicaram o projeto.
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