Brasil enfrenta seca severa em mais de 1000 cidades Brasil enfrenta seca severa em mais de 1000 cidades
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Brasil enfrenta seca severa em mais de 1000 cidades

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 25.07.2024 17:17 comentários
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Brasil enfrenta seca severa em mais de 1000 cidades

Análise do Cemaden revela que aproximadamente um em cada cinco municípios do Brasil enfrentam seca severa ou extrema

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Brasil enfrenta seca severa em mais de 1000 cidades
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Um relatório recente do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) revelou que mais de mil municípios brasileiros estavam em situação de seca severa ou extrema no mês de junho. Esse dado preocupante representa cerca de 20% dos municípios do país.

A seca severa foi observada em 918 cidades, com maior incidência na região Sudeste. Já a seca extrema afetou 106 municípios, com uma concentração significativa no estado de São Paulo.

O Cemaden, órgão vinculado ao governo federal, destacou a intensificação da seca em comparação com o mês anterior e previu uma piora para o mês de julho. Os dados finais de julho ainda estão sendo compilados e serão divulgados após o fechamento do mês.

Impactos da seca no estado de São Paulo

No interior de São Paulo, a previsão é de agravamento da seca severa, que pode afetar 65% do estado. A região que abrange o sul de Goiás, o sudoeste de Minas Gerais e São Paulo também corre risco de aumento nos municípios afetados por essa condição.

O relatório do Cemaden ressalta a necessidade de atenção e medidas preventivas para mitigar os impactos socioeconômicos e ambientais causados pela seca. Na bacia do Rio Paraná, por exemplo, o nível crítico de seca deve persistir ao longo de julho, com variações de moderada a extrema em algumas áreas, colocando a região em alerta para o risco de incêndios.

A seca também teve um impacto significativo nas áreas agrícolas e de pastagem. Em 739 municípios, ao menos 40% das áreas destinadas a essas atividades foram afetadas. A situação é mais grave em Minas Gerais, onde 335 municípios tiveram mais de 80% de sua área agroprodutiva comprometida pela seca.

Emergência ambiental no Acre

O Rio Acre registrou, nesta quarta-feira, 24, um nível de 1,54 metro, de acordo com o Serviço Geológico Brasileiro (SGB). A medição, feita em Rio Branco, revela uma queda de dois centímetros em relação ao dia anterior, aproximando-se do menor nível histórico de 1,25 metro, registrado em setembro de 2022. A grave situação hídrica levou sete municípios do Acre a declarar estado de emergência devido à seca severa.

Em 28 de junho, a capital Rio Branco decretou estado de emergência em função do baixo nível do Rio Acre e da escassez de chuvas. A situação tem comprometido o abastecimento de água potável na cidade. A prefeitura está distribuindo mais de 200 mil litros de água por dia para 32 comunidades locais.

Outras cidade em estado de emergência no Acre

Em 11 de julho, a cidade de Jordão, localizada a 839 km de Rio Branco, também decretou emergência devido à baixa dos rios Jordão e Tarauacá. O nível crítico do igarapé São João, que abastece a maior parte da cidade, está dificultando o fornecimento de água.

Na semana anterior, as cidades de Feijó, Epitaciolândia e Bujari tomaram medidas semelhantes, decretando estado de emergência por causa da seca nos igarapés e rios, incluindo os rios Purus, Juruá, Tarauacá, Envira e Iaco.

Impacto socioeconômico

O decreto em Bujari menciona os prejuízos econômicos e sociais à população, ressaltando a necessidade de garantir a dignidade humana e atender às necessidades básicas. Em Epitaciolândia, na fronteira com a Bolívia, a falta de água afeta cerca de 18 mil pessoas.

Em Feijó, além da crise hídrica, o decreto alerta para o isolamento de ribeirinhos e indígenas devido à falta de navegabilidade dos rios, prejudicando o abastecimento de alimentos e outros recursos.

Nesta quarta-feira, o Diário Oficial do Acre publicou novos decretos de estado de emergência para Cruzeiro do Sul (180 dias) e Porto Walter (190 dias). Em Porto Walter, a seca prolongada afeta a navegação no Rio Juruá e seus afluentes, prejudicando quase 11 mil pessoas, incluindo comunidades indígenas e ribeirinhas que sofrem com a escassez de água potável e alimentos.

A situação também causou incêndios na área verde do aeródromo da cidade, comprometendo voos e possivelmente obstruindo a rota aérea devido às nuvens de fumaça.

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