Brasil bolsonarista entre Mombaça e Tauá
A compra de votos escandalosa com as emendas secretas mereceu mais duas boas reportagens. A Folha de S. Paulo tratou do primo de Arthur Lira (releia o que publicamos aqui e aqui): “No posto de superintendente regional da Codevasf em Alagoas, João José Pereira Filho (PP), o Joãozinho Pereira, fez do órgão federal uma espécie de governo local paralelo, liberando recursos por meio de emendas do relator...
A compra de votos escandalosa com as emendas secretas mereceu mais duas boas reportagens.
A Folha de S. Paulo tratou do primo de Arthur Lira (releia o que publicamos aqui e aqui):
“No posto de superintendente regional da Codevasf em Alagoas, João José Pereira Filho (PP), o Joãozinho Pereira, fez do órgão federal uma espécie de governo local paralelo, liberando recursos por meio de emendas do relator e equipamentos para municípios que são redutos eleitorais de sua família e fechando as torneiras para adversários (…).
No cargo, além de atender às demandas de seu padrinho político Arthur Lira, Pereira trabalha para fidelizar seus principais redutos eleitorais e servir como contraponto a prefeitos adversários em cidades onde membros da família e seus aliados foram derrotados (…).
As duas cidades governadas pela família — Campo Alegre e Teotônio Vilela — estão entre as campeãs de repasses em emendas do relator. Campo Alegre recebeu cerca de R$ 20 milhões entre 2020 e 2021 e Teotônio obteve cerca de R$ 12,5 milhões no mesmo período.
Já o município de Junqueiro, que passou a ser governado por adversários dos Pereira, obteve apenas R$ 2,4 milhões no mesmo período”.
O Estadão publicou:
“A distribuição das emendas de relator, verbas que estão na base do orçamento secreto, não prioriza serviços essenciais nem é igualitária entre os municípios. Juntas, as quatro cidades ‘campeãs’ em recursos desse tipo fora das capitais receberam R$ 731 milhões em 2020 e 2021. Isso é mais do que os 2.261 municípios menos contemplados ganharam juntos.
Pouso Alegre (MG) lidera o ranking, com R$ 237 milhões. A cidade é governada por Rafael Simões (DEM), aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Seguem a lista Petrolina (PE), com R$ 195,6 milhões, Tauá (CE), R$ 151,5 milhões, e Santana (AP), R$ 146,6 milhões, redutos eleitorais do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB), do relator-geral do Orçamento de 2020, Domingos Neto (PSD), e do ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), respectivamente (…).
Mombaça está a apenas 79 km de Tauá, uma das campeãs nacionais das emendas de relator (código RP-9), verbas que estão na base do esquema do orçamento secreto revelado pelo Estadão. A União já empenhou R$ 151,4 milhões dessas verbas para Tauá, mas só R$ 2,9 milhões para Mombaça. É como se o governo destinasse R$ 2.606,14 para cada morador de Tauá, mas apenas R$ 67,12 para os vizinhos”.
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