Braga Netto deverá pagar pelo que fez se for culpado, diz Lula
Petista também criticou envolvimento de militares em supostas tramas por tentativa de golpe
Lula comentou neste domingo, 15, em entrevista coletiva após receber alta hospitalar, a prisão do general Walter Braga Netto, ocorrida no dia anterior. O presidente afirmou que o assunto não estava na pauta, mas decidiu se posicionar sobre o caso.
“Quem quiser pregar ódio e mentira que procure outro planeta, porque aqui, na Terra e no Brasil, isso não tem espaço. Eu sei que vocês vão perguntar, então vou responder. O que aconteceu com a prisão do General Braga Netto mostra que tenho paciência e sou democrático. Ele tem direito à presunção de inocência, o que eu não tive, mas quero que ele tenha. Porém, se for comprovada a tentativa de golpe, eles devem ser severamente punidos”, disse Lula.
O petista também criticou o envolvimento de militares em supostas tramas contra a democracia:
“Não é aceitável que, em um país generoso como o Brasil, oficiais de alta patente tramem contra o presidente da República, o vice e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral”, acrescentou.
Braga Netto foi preso no sábado em casa, em Copacabana, no Rio de Janeiro, após a Polícia Federal apontar que ele tentou dificultar as investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado.
Leia também: Bolsonaro questiona prisão de Braga Netto e tese de obstrução
Acusações contra Braga Netto
Braga Netto é investigado por tentar acessar informações da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Em depoimento à PF, Mauro Cid afirmou que o general e outros intermediários entraram em contato com seu pai, o general Mauro Lourena Cid, buscando detalhes sobre a colaboração premiada.
O ex-ministro do governo Bolsonaro é apontado como um dos articuladores de um suposto plano para um golpe de Estado e está entre os indiciados pela Operação Contragolpe.
A investigação também apura supostos planos de assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Defesa e reação
A defesa do general negou qualquer tentativa de obstrução e afirmou que não há fundamento para a prisão preventiva.
Já a Procuradoria-Geral da República (PGR) justificou a medida como necessária para evitar interferências no caso.
A PGR ainda avalia os resultados das investigações para decidir se apresentará denúncias formais contra os indiciados.
A Operação Contragolpe investiga eventos ligados à tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022. O inquérito da PF, concluído no início de dezembro, indiciou 37 pessoas por crimes como conspiração, obstrução de justiça e planejamento de atos contra o Estado democrático de direito.
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