Boulos usa indiciamento de Marçal para alegar “contaminação” da disputa
Ao falar em contaminação, o parlamentar apenas posa de injustiçado, omitindo que Lula também fez propaganda irregular em seu favor
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) comentou nesta sexta-feira, 8, o indiciamento do influenciador Pablo Marçal (PRTB) por divulgação de um laudo falso em que acusou o parlamentar de ser usuário de cocaína, dois dias antes da eleição de primeiro turno à prefeitura de São Paulo.
Boulos voltou a atacar Marçal, com quem trocou elogios em uma live promovida pelo influenciador após a acusação, e disse que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cometeu um crime eleitoral ao associá-lo com a organização criminosa PCC:
“O indiciamento de Pablo Marçal é só a primeira resposta às fake news abjetas que contaminaram a disputa eleitoral deste ano na cidade de São Paulo. Espero que a Justiça atue com firmeza quanto ao uso criminoso da máquina pública por Ricardo Nunes e o crime eleitoral cometido pelo governador Tarcísio em plena votação do 2º turno“, escreveu o psolista no X.
Nesta sexta-feira, Marçal prestou depoimento na Superintendência Regional da PF, em São Paulo. O ex-candidato negou envolvimento no caso e reiterou a tese de que o documento foi postado pela sua equipe sem o aval dele.
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Por que Boulos falou de Tarcísio
Fiel escudeiro do prefeito reeleito, Ricardo Nunes (MDB), Tarcísio de Freitas afirmou, no dia da eleição, que integrantes do PCC orientaram votos em Boulos para prefeito da capital paulista.
Segundo Tarcísio, a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo interceptou comunicados assinados por membros do PCC orientando votos a familiares e aliados em algumas cidades paulistas.
“A gente vem alertando isso há muito tempo. Nós fizemos um trabalho grande de inteligência, temos trocado informações com o Tribunal Regional Eleitoral para que providências sejam tomadas”, disse.
A campanha do psolista não deixou barato e ajuízou, no mesmo dia, uma ação na Justiça Eleitoral contra Tarcísio. Ele ainda requisitou a inelegibilidade de Nunes:
“A utilização do cargo de Governador do Estado com a finalidade de interferir no resultado da eleição, no dia da votação, é evidente. A finalidade eleitoral fica clara pela escolha do momento para divulgação da coletiva, durante o horário da votação, com a presença dos candidatos abertamente apoiados pelo atual governador, todos com adesivo de propaganda dos candidatos representados em suas camisas”, disse em trecho da ação.
Deu certo?
Na verdade, as alopradas de Marçal só beneficiaram Boulos, que avançou para o segundo turno com menos de 1 ponto de vantagem e teve mais três semanas, incluindo sabatinas e debates, para reduzir sua alta rejeição, apontada desde o começo da corrida.
Não conseguiu, como mostraram todas as pesquisas, que apontavam liderança folgada de Nunes.
A aloprada pontual de Tarcísio durante o período de votação, com a fala sobre mensagem do PCC orientando voto em Boulos, nem sequer atingiu a maioria dos eleitores, que simplesmente votou conforme o esperado. Ao falar em contaminação, Boulos apenas posa de injustiçado, omitindo que Lula também fez propaganda irregular em seu favor.
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