“Boulos era a crônica de uma morte anunciada”, diz vice do PT
Vice-presidente nacional do partido, deputado Washington Quaquá, que se elegeu prefeito de Maricá (RJ), reclamou da falta de coordenação do governo Lula: "Tá na hora de mudar"
Vice-presidente nacional do PT, o deputado federal Washington Quaquá (RJ) publicou um protesto contra a condução das eleições municipais pelo PT e pelo governo Lula, com uma reclamação direta à escolha do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP, foto) como candidato do partido em São Paulo.
“Boulos era a crônica de uma morte anunciada! A candidatura errada na cidade errada!”, escreveu Quaquá, que se elegeu prefeito de Maricá (RJ) no primeiro turno — ele já tinha ocupado o posto de 2009 a 2016. Ele celebrou a eleição se classificando como “petista raiz e histórico”.
Inscreva-se em nossa newsletter
“Havia Márcio França, Tabata Amaral e até a Ana Stella Haddad que nunca disputou eleição, mas poderia dialogar com uma ala mais conservadora nas periferias e classe média”, disse o deputado em texto intitulado “O PT precisa parar de errar!”.
“Parece que voltamos a reaprender a gostar de perder!”
“Escolhemos uma candidatura com um teto de limite de eleitor de esquerda. Parece que voltamos a reaprender a gostar de perder!”, protestou o dirigente partidário, com alguma redundância.
Quaquá relembrou a experiência do PT de ter apoiado Marcelo Freixo, hoje presidente da Embratur, na disputa pelo governo do Rio de Janeiro, e disse que, na eleição deste ano, “felizmente fomos amplos e apoiamos Eduardo Paes no Rio”.
“Nos lugares em que fomos amplos, como em Fortaleza, com candidatura para além da esquerda, com pautas econômicas e sociais e não comportamentais, nós ganhamos!”, comparou.
Sobrou para Lula
Segundo o prefeito eleito de Maricá, “o PT precisa rever suas pautas e suas prioridades urgentemente!”.
“E o governo federal também não atuou coordenado e apoiando sua base. Age como se não tivesse responsabilidade com as eleições e a luta política real no território”, disparou Quaquá, numa crítica dirigida ao presidente Lula.
“Tá na hora de mudar ou seremos derrotados no momento que não podemos, em 26!”, finalizou o dirigente partidário,
E Gleisi?
Como mencionamos, antes mesmo de os resultados do segundo turno confirmarem o mau desempenho do PT nas urnas, dirigentes do partido já questionavam o comando da deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do partido.
O embarque na candidatura de Boulos foi fruto de um acordo com o PSOL pelo apoio à tentativa de Fernando Haddad se eleger governador de São Paulo em 2022. Mesmo com a negociação, não foram poucos os petistas a defender candidatura própria na capital paulista neste ano.
Boulos não conseguiu convencer o eleitorado mais pobre, alvo preferencial dos petistas, nem com a ex-prefeita Marta Suplicy na chapa. Além disso, no primeiro turno, 48 mil eleitores paulistanos votaram no número 13, do PT, em vez de digitar o 50, do PSOL de Boulos.
Leia mais: Sem Lula, Boulos alega ter recuperado dignidade da esquerda
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)