Bombom, brigadeiro e sushi
A secretária de Adriana Ancelmo, entrevistada por O Globo, contou como o operador de Sérgio Cabral, Luiz Carlos Bezerra, entregava-lhe a propina...
A secretária de Adriana Ancelmo, entrevistada por O Globo, contou como o operador de Sérgio Cabral, Luiz Carlos Bezerra, entregava-lhe a propina.
Leia um trecho da reportagem:
““Michele era avisada com antecedência das visitas de Bezerra pela secretária de Cabral, Sônia. Elas usavam o aplicativo Wickr, que deleta automaticamente a mensagem enviada. Com a entrega da mochila, a secretária auxiliava um dos sócios de Adriana, Thiago Aragão, a contar o dinheiro — notas de R$ 100 e de R$ 50 — na sala de reuniões. Bezerra, sempre apressado, nunca falava em dinheiro. Preferia usar expressões como “bombom”, “brigadeiro” ou “encomenda” para se referir ao conteúdo da mochila. No início, ele aguardava a contagem no escritório. Com o passar do tempo, saía e preferia receber uma mensagem atestando o valor entregue.
Depois da contagem, o dinheiro era guardado em cofre na sala de Aragão, recorda-se Michele. Ela desconfia de que a divisão das despesas entre Cabral e Adriana teve o objetivo de esquentar a propina. As suspeitas cresceram quando a mulher do ex-governador passou a também honrar a folha de pagamento da rede de restaurantes Manekineko. Seu proprietário, cunhado de Aragão, mandava todo mês a planilha de pagamento, com o nome, o valor e a conta de cada funcionário, no valor total de R$ 200 mil. Michele, então, recebia a quantia em dinheiro, atravessava a rua e a entregava para a gerente de uma agência bancária em frente ao escritório. Em troca, o Manekineko, segundo ela, emitia nota fiscal nesse valor em favor do escritório”.
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