O apoio – ainda que envergonhado – do ex-presidente Jair Bolsonaro ao ex-prefeito Silvio Mendes (União Brasil) virou um fardo para ele e para o seu grupo político na capital do Piauí, Teresina.

Silvio disputa a prefeitura contra o petista Fábio Novo.

Apesar disso, os dois aparecem tecnicamente empatados na disputa pela liderança, conforme as principais sondagens regionais: Silvio tem 44% e Fábio 40%, conforme dados da Quaest divulgados na semana passada.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o senador Ciro Nogueira, presidente do PP e o principal articulador da candidatura de Mendes, admite a dificuldade em se ‘nacionalizar’ a disputa na capital do Piauí.

“Eu estou um pouco ausente da capital para não puxar essa rejeição do Bolsonaro. Eu nacionalizo a campanha. Isso é ruim para a eleição da gente, porque tem o Lula, e, ao colar o Bolsonaro no Sílvio, eu o prejudicaria”, disse Ciro.

A capital do Piauí é a única em que o PT tem chance real de vitória nas eleições de 2024.

Mesma estratégia foi adotada em 2022 no Piauí

Em 2022, quando Silvio Mendes foi candidato a governador, também houve a tentativa e desvinculá-lo de Jair Bolsonaro. Naquela ocasião, as pesquisas nacionais indicavam que ele venceria a eleição, mas ele acabou perdendo no primeiro turno para Rafael Fonteles, que obteve a maior votação já registrada para um governador no Estado.

Em 2022, Silvio Mendes também tentou negar o apoio de Bolsonaro, mas, às vésperas das eleições, Bolsonaro gravou um vídeo declarando apoio a ele, o que deixou clara essa ligação.

Além disso, durante a pandemia, mesmo sendo médico, Silvio Mendes compartilhou das mesmas opiniões de Bolsonaro. Defendeu a cloroquina e criticou o isolamento social e o lockdown em várias ocasiões.