Bolsonaro sabia de plano para ‘neutralizar’ Lula e Moraes, disse Cid em depoimento
Informação foi confirmada pelo advogado do ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República à Globo News
O tenente-coronel Mauro Cid declarou em depoimento prestado ao ministro do STF Alexandre de Moraes que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento do plano para ‘neutralizar’ o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o integrante do Supremo.
A informação foi dada nesta sexta-feira, 22, pelo advogado de Cid, Cezar Bittencourt, em entrevista à Globo News.
“[Cid] Confirmou que [Bolsonaro] sabia, sim. Na verdade, o presidente de então sabia tudo”, disse o advogado de Cid. “O presidente teria conhecimento dos acontecimentos que estava se desenvolvendo, isso ele não pode negar, mas [Cid] não tem nada além disso”, acrescentou Bittencourt.
“O presidente, segundo a informação, teria conhecimento dos acontecimentos que estava se desenvolvendo, isso ele não pode negar, mas não tem nada além disso. Eu não falei plano de morte, plano de execução, de execução como sendo o plano de morte, falei da execução do plano pensado, imaginado, desenvolvido, nesse sentido”, reiterou o advogado durante a entrevista.
“O que ele confirmou [no depoimento] foi que as reuniões foram realizadas e com quem foi realizada”, afirmou Bittencourt na entrevista. “[O depoimento] ontem foi apenas o coroamento desses fatos. Agora vem a conclusão e deve ir para a PGR elaborar a denúncia”, acrescentou o advogado.
Depoimento de Cid complica Braga Netto
Como mostramos, após três horas de depoimento, Mauro Cid conseguiu manter os benefícios de sua delação premiada. Integrantes da PF e da Procuradoria-Geral da República defendiam internamente que Cid perdesse os benefícios por não ter detalhado o plano para neutralizar Lula, Alckmin e Moraes.
Na oitiva, Cid declarou que não sabia dos detalhes porque não participou da reunião realizada na casa do ex-ministro-chefe da Casa Civil Braga Netto em 12 de novembro de 2022.
Como mostramos, o tenente-coronel também esmiuçou o papel do ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto nas tratativas para se dar um golpe de Estado no Brasil.
A oitiva ocorreu na tarde desta quinta-feira, 21, e durou aproximadamente três horas.
Segundo o STF, “o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Mauro Cid”. “O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. As informações do colaborador seguem sob apuração das autoridades competentes”, informou a Corte.
Em manifestação oficial, a defesa de Braga Netto repudiou o que chamou de “difusão de informações relativas a inquéritos, concedidas ‘em primeira mão’ a determinados veículos de imprensa em detrimento do devido acesso às partes diretamente envolvidas e interessadas. Assim, a defesa aguardará o recebimento oficial dos elementos informativos para adotar um posicionamento formal e fundamentado.”
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Comentários (1)
Angelo Sanchez
22.11.2024 15:36O advogado de Cid, disse uma coisa, depois desdisse, se Bolsonaro soube de um plano mais ousado, ele mesmo disse que nunca autorizou, por agir sempre dentro da democracia, se o Brasil elegeu um corrupto descondenado, então, paciência.