BOLSONARO DEVE REANALISAR FUSÃO DA EMBRAER COM BOEING
O presidente Jair Bolsonaro deve reanalisar o acordo de fusão da Embraer com a Boeing, antes de bater o martelo na assembleia de acionistas marcada para a próxima terça-feira. Bolsonaro chegou a manifestar preocupação com o acordo, mas depois deu aval. Nesta semana, porém, chegou a seu gabinete um relatório que aponta questões "sensíveis" sobre o negócio...
O presidente Jair Bolsonaro deve reanalisar o acordo de fusão da Embraer com a Boeing, antes de bater o martelo na assembleia de acionistas marcada para a próxima terça-feira.
Bolsonaro chegou a manifestar preocupação com o acordo, mas depois deu aval. Nesta semana, porém, chegou a seu gabinete um relatório que aponta questões “sensíveis” sobre o negócio.
Um desses pontos trata da transferência das atividades industriais de Gavião Peixoto (SP) para os EUA. A partir do acordo, o KC-390 não seria mais montado no Brasil, afetando toda a cadeia de produção associada à companhia.
O mesmo ocorre em relação à propriedade intelectual do projeto da Força Aérea, que passaria para uma nova empresa controlada pela Boeing. Sem contar o lucro com a venda das aeronaves, com exceção dos royalties.
O documento a ser analisado por Bolsonaro também indica que a “Nova Embraer” será regida pelas leis de Nova York.
O anão que vive embaixo da mesa do presidente disse a O Antagonista que essas questões não foram apresentadas ao presidente antes.
Ontem, o ministro da Defesa, Fernando de Azevedo, voou para Gavião Peixoto – onde o KC é finalizado -, para uma reunião a portas fechadas.
A interpretação na cúpula do governo é de que a Embraer não está se fundindo, mas sendo cindida. E que haveria desindustrialização e desnacionalização da tecnologia.
Apesar do aval público dado em janeiro, o presidente ainda pode exercer a chamada “segunda aprovação golden share”, que prevê o aceite expresso por escrito ou tácito – ou o exercício do poder de veto.
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