O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL; foto) brincou neste sábado, 2 de março, com um episódio ocorrido durante um de seus últimos depoimentos à Polícia Federal (PF), em 22 de fevereiro.

No âmbito das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de Bolsonaro, o ex-presidente foi questionado pela PF se ele se considerava cisgênero ou transgênero, termos ligados à identidade de gênero.

“Eu sou homem e ninguém tem dúvida disso, né?”, disse Bolsonaro em evento em Piracicaba, no interior de São Paulo.

“A Polícia Federal, eu já tive muitas visitas, acho que gostam muito de mim, e na penúltima vez perguntaram se eu era cis e eu nem sabia o que era isso”, acrescentou.

O ex-presidente ainda aproveitou o episódio para alfinetar o governo Lula: “Não é justo a política do governo federal voltando à ideologia de gênero”.

Bolsonaro é cis?

No depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, 22, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi questionado se era “cis” ou “trans” e não soube responder.

A questão sobre identidade de gênero foi realizada durante o preenchimento de informações sociais.

Segundo a defesa de Bolsonaro, ele não soube responder por desconhecer o que é “cisgênero”, termo utilizado para definir a pessoa que se reconhece com o sexo atribuído a ela em seu nascimento.

Quando os agentes da PF fizeram as perguntas relacionadas ao inquérito que apura a atuação de Bolsonaro em um plano para a suposta tentativa de golpe de Estado no país, ele optou por ficar em silêncio.

Bolsonaro silencia

Como se esperava, o ex-presidente Jair Bolsonaro ficou em silêncio durante a oitiva realizada nesta quinta-feira, 22, pela Polícia Federal.

De acordo com informações da PF, o ex-mandatário ficou menos de 30 minutos na sede da PF, em Brasília.

“Quero deixar claro que esse silêncio não é simplesmente o uso do exercício constitucional do silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais estão sendo imputados ao presidente a prática de certos delitos”, disse Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro.

Ainda segundo o advogado do ex-presidente da República, o fato de não ter obtido informações sobre o conteúdo na íntegra da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid compromete a defesa.

Os argumentos da defesa de Bolsonaro para não falar à PF

Os advogados Paulo Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fabio Wajngarten solicitaram ao longo da semana, e de forma reiterada, acesso ao “conteúdo completo” da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, antes da oitiva.

Eles também argumentaram que o ex-presidente não poderia prestar depoimento antes que a defesa tivesse ao conteúdo de celulares apreendidos em investigações contra ele e aliados.

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