Bolsonaro apela aos ministros do STF por “anistia”
"Por favor, repensem, vamos partir para uma anistia, vai ser pacificado", pediu o ex-presidente em entrevista
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) clamou aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 28, por “uma anistia” aos presos pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, em meio ao seu indiciamento no relatório da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado.
“Para pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes”, afirmou em entrevista à Revista Oeste.
Bolsonaro seguiu com o pedido:
“Eu apelo aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), eu apelo. Por favor, repensem, vamos partir para uma anistia, vai ser pacificado“.
O ex-presidente comparou a solicitação feita por ele à Lei de Anistia sancionada pelo presidente João Batista Figueiredo no período militar.
“A anistia, em 1979, eu não era deputado. Foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião, e ‘vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente“.
Até uma fala do presidente Lula (PT), para Bolsonaro, ‘resolveria‘ o pedido dele:
“Se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes, no tocante à anisita, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica.“, disse Bolsonaro.
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“Peça de ficção”
Bolsonaro afirmou que o relatório da PF, no qual foi citado como um dos planejadores da tentativa de golpe de Estado, seria uma “peça de ficção”.
Conforme apontou a PF, o ex-presidente admitiu ter discutido com os militares o uso do artigo 142, de estado de sídio e estado de defesa:
“Você vê até os depoimentos dos comandantes de Força. Eles falam que o Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de [artigo] 142, de estado de sítio, de estado de defesa. Eu discuti, sim, conversei, não foi uma discussão acalorada.
Segundo a Polícia Federal, oficiais das Forças Armadas, assessores palacianos e ex-ministros de Estado, sob a coordenação de Jair Bolsonaro, participaram de reuniões em que se discutiram a possibilidade de se instituir um golpe de Estado.
Para a PF, o plano somente não foi concretizado porque não houve o aval dos então comandantes do Exército o general Marco Antônio Freire Gomes e da Aeronáutica o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior. O então comandante da Marinha Almir Garnier Santos, do outro lado, deu aval à trama golpista.
O ex-presidente da República negou, em várias oportunidades, ter tramado um golpe de Estado.
“O que é golpe? É tanque na rua, é arma, é conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. É isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil”, disse ele durante manifestação em maio deste ano.
Flávio também fez o pedido
Seguindo a linha do pai, o senador Flávio Bolsonaro (PL), em audiência pública em 19 de novembro, já tinha defendido a anistia “ampla geral e irrestrita”, incluindo o ministro Alexandre de Moraes:
“Digo o seguinte para o ministro Alexandre de Moraes. Ou a gente aprova a anistia aqui, ampla, geral e irrestrita, e algum parlamentar faça a emenda para incluir ele, porque ele cometeu crimes ao longo desse processo, ou quando a gente tiver a maioria para aprovar a anistia, a gente vai cassar o Alexandre de Moraes. Ele vai ser impedido pelos crimes que ele, reiteradamente, está cometendo, desgraçando a vida de famílias brasileiras”.
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