Bolsonaristas citam “efeito Trump” na renúncia de Trudeau e pedem saída de Lula
“Se algum outro líder progressista ou comunista quiser renunciar, aproveite a oportunidade", insinuou a senadora Damares Alves (Republicanos-DF)
A renúncia de Justin Trudeau ao cargo de primeiro-ministro do Canadá foi comentada com sarcasmo por parlamentares brasileiros.
O anúncio, feito nesta segunda-feira, 06, em meio à crise política que se seguiu à saída da ministra das Finanças Chrystia Freeland. O imbróglio foi explorado nas redes sociais por aliados de Jair Bolsonaro, que traçaram paralelos inusitados com o cenário político norte-americano e brasileiro.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou um vídeo antigo em que Trudeau tenta cumprimentar Jair Bolsonaro, mas é ignorado, acompanhando a cena com comentários sobre a “influência” da possível volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. “Efeito Trump em ação”, escreveu Eduardo, ligando a renúncia do líder canadense a uma suposta onda conservadora global.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), publicou: “E Trump nem voltou ainda…”, publicou o senador em tom de provocação.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) ampliou a crítica ao contexto econômico canadense. Em postagens, atribuiu a renúncia ao impacto das políticas adotadas durante a pandemia, como os lockdowns, e ao aumento no custo de vida. “O Canadá enfrenta o mesmo tipo de crise econômica que o Brasil teve. Lula, sua hora vai chegar pelas vias constitucionais“, disparou Zambelli.
Outros nomes da base bolsonarista, como Bia Kicis (PL-DF) e Gustavo Gayer (PL-GO), também sugeriram que a saída de Trudeau era reflexo da ascensão de Trump.
Já a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) adotou um tom ainda mais ácido, afirmando que seria o momento ideal para que outros “líderes progressistas” seguissem o exemplo do canadense e renunciassem.
“Se alguém mais por aqui quiser renunciar, se algum outro líder progressista ou comunista quiser renunciar, aproveite a oportunidade, fique à vontade, a gente vai entender”, escreveu.
A ideia de um “efeito Trump” ecoou entre os apoiadores de Bolsonaro, mas especialistas ouvidos pela imprensa internacional apontam que a decisão de Trudeau está mais ligada à crise política interna no Canadá do que a qualquer fenômeno externo.
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