Belém tem uma vítima por arma de fogo por dia
Descubra o impacto da violência por armas de fogo em Belém, com dados alarmantes sobre mortes e tiroteios. Saiba mais sobre segurança e justiça.
A violência causada por armas de fogo na região metropolitana de Belém e na própria capital, no Pará, é um dos principais problemas enfrentados pela segurança pública local. Entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024, foi registrado ao menos um óbito por armas de fogo por dia, segundo dados publicados pelo Instituto Fogo Cruzado na última quarta-feira (13).
Mais de 100 mortos em 147 tiroteios
No período de cem dias, a violência foi marcante na região: 147 tiroteios resultaram em 114 mortes e 38 feridos. Em 83% dos tiroteios, pelo menos uma pessoa foi atingida fatalmente. Destes, quatro em cada dez tiroteios envolveram policiais. Na cidade de Barcarena, por exemplo, todas as nove pessoas baleadas no período terminaram por falecer.
O perfil das vítimas
O homem cisgênero (91%), adulto (97%) e negro (64%) é a vítima mais comente de mortes por arma de fogo na região. De acordo com Eryck Batalha, coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado no Pará, esse perfil evidencia o preconceito racial existente na sociedade brasileira e reflete na violência armada. “Pessoas não brancas são as maiores vítimas de disparo, sejam baleadas ou mortas”, afirma.
O papel da polícia segundo o Instituto Fogo Cruzado
Para o Instituto Fogo Cruzado, a polícia deve preservar a vida e não exercer força letal. Entretanto, os dados coletados revelam um cenário preocupante: 62 mortes ocorreram durante operações policiais. Esses números mostram que os tiroteios e as vítimas baleadas causadas por ações policiais ultrapassam até mesmo os valores observados em Salvador e no Rio de Janeiro.
O crime organizado em Belém
Belém encontra-se atualmente sob disputa de território e rotas de exportação ilegal de drogas por facções criminosas. O Comando Vermelho, originado no Rio de Janeiro, começou a atuar na região por volta dos anos de 2014 e 2015. Facções locais foram incorporadas pelo Comando Vermelho e pelo Primeiro Comando da Capital, de São Paulo, substancialmente alterando o cenário criminal na região metropolitana de Belém.
Análise de dados e criação de políticas de segurança
Segundo Eryck Batalha, coordenador no Pará do Instituto Fogo Cruzado, a produção de dados acerca da violência por armas de fogo é fundamental para a criação de novas políticas de segurança pública na região. “Monitorar esse dado é uma forma de conseguirmos acompanhar possíveis execuções”, diz ele, ressaltando a importância deste tipo de pesquisa para a diminuição dos homicídios, da letalidade policial e dos ataques contra agentes de segurança.
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