Baixo número de podas de árvores em contato com fiação complica Enel, que nega
Sistema conjunto com concessionária aponta que apenas 1.730 foram feitas em SP
Apenas 1.730 podas de árvores em contato com a fiação elétrica, em um total de 240 mil pedidos, foram realizadas pela Enel Distribuição em 2024 na capital paulista. O número representa 0,7% do total solicitado. Esse é o dado de um sistema conjunto entre a concessionária e a Prefeitura de SP, publicado pelo portal G1, em meio ao quinto dia consecutivo com imóveis sem luz, desde as fortes chuvas de sexta-feira, 11.
No ano de 2023, o sistema registrou 248 mil solicitações de podas de árvores, e 7.053 concluídas pela empresa, o que representou 2,8% do serviço realizado, um número superior ao deste ano.
Enel não reconhece os números
A concessionária garante que os números publicados não são verdadeiros. O diretor de Enel, Darcio Dias, disse em entrevista à TV Globo que 160 mil podas foram feitas apenas na capital.
“No ano de 2024, até o momento, foram executadas 438 mil podas executadas. Dessas, 160 mil podas no município de São Paulo. A gente tem um convênio, como você bem apresentou, prevê que a gente faça uma solicitação anual das podas que pretendemos realizar. E o que a gente passa são todas as árvores que a gente tem mapeadas e que tem contato com a nossa rede”, afirmou.
Tarcísio e a carta ao TCU
A crise entre Enel, prefeitura e governo de SP ganhou força desde a terça-feira, 15, quando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se reuniu com prefeitos da grande SP e Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União, e prepararam uma carta com sugestões para resolver os apagões.
Tarcísio afirmou que a concessionária “falta com transparência” em relação aos dados enviados ao poder público e defendeu a “intervenção” na empresa.
“A terceira sugestão é a intervenção na empresa. A intervenção é fundamental. Por que a empresa não está fazendo o que cabe? Porque não quer ter despesas. Simples assim. Por que a empresa não contratou as pessoas que ela disse que ia contratar? Porque isso não é remunerado no ponto de vista regulatório. A regulação é frouxa”, disse o governador.
No mesmo dia, Tarcísio já tinha subido o tom. Ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o governador reclamou da demora na resolução do problema dos apagões e disse que a “Enel tem que sair do Brasil.”
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