“As autoridades brasileiras precisam ter um controle maior para que Battisti não fuja”
A ex-deputada ítalo-brasileira Renata Bueno tem sido procurada com insistência pela imprensa italiana desde que Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil e prometeu extraditar o terrorista Cesare Battisti. "É um caso que mexe muito com a Itália, muito mesmo...
A ex-deputada ítalo-brasileira Renata Bueno tem sido procurada com insistência pela imprensa italiana desde que Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil e prometeu extraditar o terrorista Cesare Battisti.
“É um caso que mexe muito com a Itália, muito mesmo. Eles têm a esperança de que Cesare comece a cumprir pena em seu país de origem o mais rápido possível”, disse ela a O Antagonista.
Eleita em 2013 para o Parlamento italiano, Renata estudou minuciosamente o caso do terrorista e virou uma das principais defensoras da extradição dele.
Apesar da promessa do presidente eleito, a ex-deputada compreende que uma vez negada — no ano passado, Luiz Fux engavetou o processo –, a extradição não poderá ser pedida novamente ao STF, salvo o surgimento de fato novo.
“Nesse caso, a mudança de governo não seria considerada um fato novo.”
Sobram, porém, duas alternativas, elencou Renata: a deportação e a expulsão. Quanto à primeira, há uma ação pronta para ser julgada no STJ, mas o caso está parado. Em relação à segunda, seria necessário que o presidente considerasse o terrorista persona non grata no Brasil.
“Cheguei a conversar com o presidente Michel Temer, mas ele não teve coragem, não quis enfrentar o STF.”
Nos próximos dias, Renata Bueno deve procurar Onyx Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil. Ela quer se colocar à disposição do presidente eleito para auxiliá-lo em eventual pedido de expulsão de Battisti.
Enquanto isso, a ex-deputada defende que as autoridades brasileiras reforcem o monitoramento do terrorista, que nem sequer de tornozeleira eletrônica está mais — o STJ revogou o uso do equipamento, mesmo com a tentativa de fuga para a Bolívia.
“Hoje, todas as ações que podem mandá-lo para a Itália estão bloqueadas. É por isso que ele se sente seguro. Mas o Cesare já tentou fuga de tudo quanto é jeito. As autoridades brasileiras precisam colocar uma fiscalização maior em cima dele, precisam ter um maior controle para que ele não fuja”, sustenta Renata, que também é advogada.
Como registramos mais cedo aqui, o jornalista Paolo Manzo, correspondente de Il Giornale, foi a Cananéia, no litoral de São Paulo, e relatou que o terrorista foi visto pela última vez pouco antes da eleição de Bolsonaro. Mais cedo, o advogado Igor Tamasauskas disse a este site que seu cliente não fugiu e não está sumido — veja aqui.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)