Augusto de Franco na Crusoé: Um governo dentro do governo
O noticiário e as análises políticas versam hoje, invariavelmente, sobre o suposto direito divino do presidente da República de fazer maioria no Parlamento e de acomodar o Centrão para conquistar, mesmo que de modo pouco decente, tal maioria...
O noticiário e as análises políticas versam hoje, invariavelmente, sobre o suposto direito divino do presidente da República de fazer maioria no Parlamento e de acomodar o Centrão para conquistar, mesmo que de modo pouco decente, tal maioria.
E aí começa a festa de especular sobre indicações de ministros e de titulares para outros cargos no governo. Na imprensa, quase ninguém pergunta o que os novos indicados vão fazer, quais os seus planos para as pastas que assumirão. Nem se pergunta para que o governo tanto quer maioria, na ausência de propostas.
A explicação para esse desarrazoado é simples. Há um governo dentro do governo. O governo que conta de verdade (o governo estratégico) é o do PT e de seus aliados mais próximos de esquerda (como o camarada Dino). É para que esse governo interno possa realizar seus projetos, muitos dos quais também não anunciados (justamente, talvez, por serem estratégicos), que o governo externo (o governo tático) está sendo formado na base da negociação por cargos, emendas, verbas e outras vantagens. E aí tanto faz quem entra ou quem sai, desde que entregue votos no Parlamento e não atrapalhe o arranjo para viabilizar o funcionamento (em parte visível, em parte oculto) do governo estratégico.
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