‘Ato falho’ de Valdemar gera desconforto no bolsonarismo
Presidente do PL chamou de 'golpistas' presos do 8 de janeiro
O presidente Nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, segue em ‘peregrinação’ para pressionar líderes da Câmara dos Deputados a apoiar o avanço do projeto de lei da anistia aos presos do 8/1. O problema, para aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, é que Valdemar fugiu da cartilha bolsonarista, ao conceder entrevista a uma emissora de TV, e chamou de ‘golpistas’ os envolvidos no episódio de depredação dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes.
“Eu entendo que [a princípio] não há como incluir Bolsonaro. Seria só aos golpistas. O processo de Bolsonaro nem foi julgado ainda”, declarou Valdemar durante entrevista ao vivo.
Depois que a fala ‘pegou mal’ no entorno bolsonarista, o presidente da legenda voltou atrás e se desculpou pelo uso da expressão. Ele disse que a fala não reflete sua opinião pessoal. “Analisando minha fala, é evidente que não acredito que os eventos de 8 de janeiro tenham se configurado como um golpe de Estado. Na verdade, considero que foram ações desordenadas que, infelizmente, resultaram em condenações severas”, escreveu em comunicado.
E completou: “Peço desculpas pelo equívoco gerado e reafirmo meu compromisso com um debate respeitoso sobre temas tão importantes”.
Mais tarde, Valdemar postou trecho de entrevista antiga em que se posicionou de maneira diferente sobre os participantes do 8/1 . “Um golpista com pedaço de pau? Só no Brasil. Golpe é com metralhadora, com tanque de guerra. Aquilo não foi golpe nunca. Aquilo foi um bando de bagunceiros que têm de ser condenados, mas não a 17 anos”.
Enquanto a base bolsonarista no Congresso Nacional foge de ‘entregar’ a estratégia que cerca o avanço do Pl da Anistia na Câmara dos Deputados, Valdemar assume que vai negociar com os candidatos às presidências da Câmara e do Senado o apoio ao avanço da matéria, com a inclusão da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), antecipou nesta terça-feira, 29, que o projeto não pode ser alvo de ‘disputada política’ e criou uma Comissão Especial para tratar do tema.
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