Associação Médica Brasileira critica gestão de Queiroga no enfrentamento à pandemia
A Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou uma nota nesta segunda-feira (24) com uma série de críticas ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e afirma que ele "age à margem das mais simples normas de conduta e preceitos éticos esperados para a função"...
A Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou uma nota nesta segunda-feira (24) com uma série de críticas ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e afirma que ele “age à margem das mais simples normas de conduta e preceitos éticos esperados para a função”.
Segundo a entidade, há diversos exemplos de “erros de conduta e deslizes éticos perpetrados pelo ministro da Saúde nesses nove meses de gestão em meio à pandemia da Covid“, entre eles o apagão de dados epidemiológicos.
“O ministro da Saúde desperdiça tempo, endossa tratamentos ineficazes e protela a vacinação. Causa-nos indignação e temor a omissão, as idas e vindas do ministro, assim como posições que contradizem as boas evidências científicas, expondo a saúde e a vida dos brasileiros”, afirma a nota.
Na nota, a entidade lembra que o ministro se colocou contra o uso obrigatório de máscaras, em agosto de 2021.
“Em setembro de 2021, o Ministério da Saúde recomendou a paralisação da imunização de jovens entre 12 e 17 anos sem comorbidades. Na ocasião, o ministro classificou a vacinação de adolescentes como ‘intempestiva’ e admitiu que a revisão da medida atendia a pedido do presidente da República”, afirma a nota.
A Associação diz ainda que em dezembro, enquanto todos os estudos asseguravam a eficácia da vacina em crianças de 5 a 11 anos, “o ministro afirmava não haver urgência e criava empecilhos, inclusive buscando condicioná-la à obrigatoriedade de prescrição médica, resistência esta que se estendeu até recentemente”.
“O mínimo que os brasileiros esperam de um ministro de Estado da Saúde é que seja fiel à Constituição. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”, diz a nota.
Na nota, a Associação também diz que, em janeiro de 2022, dados pessoais de especialistas que defenderam a vacinação em crianças de 5 a 11 anos, em audiência pública, foram vazados em redes sociais. “O ministro Queiroga, por sua vez, responsável pelos dados fornecidos ao Ministério da Saúde, declarou que não era fiscal de dados”, afirma.
A AMB cita ainda a nota técnica do Ministério da Saúde sobre a eficácia da hidroxicloroquina.
“De gravidade extrema, a nota ainda classifica as vacinas contra Covid como medidas sem comprovação de efetividade e não-seguras, contrariando a todas as evidências científicas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, as sociedades médicas nacionais, as internacionais e a Organização Mundial de Saúde (OMS)”, diz a AMB.
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