As reações ao novo pedido de impeachment de Bolsonaro, que não deve prosperar
Partidos de esquerda apresentaram na manhã de hoje, como noticiamos, um novo pedido de impeachment de Jair Bolsonaro, acusando o presidente da República de usar as Forças Armadas para “promover seu projeto autoritário de poder”...
Partidos de esquerda apresentaram na manhã de hoje, como noticiamos, um novo pedido de impeachment de Jair Bolsonaro, acusando o presidente da República de usar as Forças Armadas para “promover seu projeto autoritário de poder”.
Os líderes da oposição, autores do novo pedido, afirmaram crer que esse não será “mais um” pedido. O senador Randolfe Rodrigues (Rede) chegou a dizer que “a tolerância com o presidente acabou”. O deputado Alessandro Molon (PSB) afirmou que “há fatos novos e os efeitos são acumulativos” e acrescentou que “vai chegar um momento em que algumas dessas gotas farão o copo transbordar”.
Mas a verdade é que, no curto prazo, é muito pouco provável que o pedido avance no Congresso, ainda mais com a apresentação do pedido em uma semana em que Bolsonaro entregou para o Centrão mais um importante ministério — a Secretaria de Governo para a deputada Flávia Arruda (PL), pelas mãos de Valdemar Costa Neto. Líderes do DEM e do PSDB, por exemplo, partidos considerados de centro, disseram a este site, mais cedo, como registramos, que não embarcarão na proposta.
A declaração do líder tucano, Rodrigo de Castro, de que há uma “impossibilidade” para o impeachment fez um colega seu da bancada mineira comentar, inclusive, em reservado, que “esse aí é mais governista do que qualquer um do Centrão”.
Os bolsonaristas ironizaram e criticaram o pedido dos partidos de esquerda. Bibo Nunes, por exemplo, disse, no Twitter, que “o enésimo pedido de impeachment de Bolsonaro pela esquerda é mais um buraco na água, feito sem embasamento algum”. Carla Zambelli afirmou a este site que “eles [a esquerda] nos acusam de negocionismo, mas negam um governo democraticamente eleito”.
Um outro deputado bolsonarista, pedindo reserva, ao ler em O Antagonista as opiniões de partidos de centro, provocou: “É, a moeda de troca foi cara…”.
Enquanto isso, Júnior Bozzella, que é do PSL, mas não da ala bolsonarista, deixou claro que não concorda com a reação do Congresso ao novo pedido de impeachment.
“Com todo respeito aos meus colegas parlamentares e líderes de alguns partidos, gostaria de saber em que país eles vivem? Não se trata mais de oposição e situação, de direita ou de esquerda, de aceitação popular ou não. Trata-se agora de discernimento e senso de responsabilidade com a República, a democracia e com as vidas dos brasileiros. O impeachment não é mais uma opção constitucional, o impeachment é uma solução nacional para o governo mais trágico, assassino e autoritário que o país já teve após a redemocratização.”
O deputado Jerônimo Goergen (PP) resumiu assim: “Então tá: se não tem impeachment e não tem golpe, pronto. Que tal agora irmos ao trabalho?”
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