‘As famosas listas tríplices eram fraudáveis’, diz Aras sobre eleições no MPF
O sistema eletrônico de votações do Ministério Público Federal era “fraudável”, segundo o procurador-geral da República, Augusto Aras. “As famosas listas tríplices eram fraudáveis. Não posso dizer que foram fraudadas, porque o mecanismo era tão poderoso que não deixava rastros”, disse ele ontem, em live com advogados lulistas transmitida pela TVPT...
O sistema eletrônico de votações do Ministério Público Federal era “fraudável”, segundo o procurador-geral da República, Augusto Aras. “As famosas listas tríplices eram fraudáveis. Não posso dizer que foram fraudadas, porque o mecanismo era tão poderoso que não deixava rastros”, disse ele ontem, em live com advogados lulistas transmitida pela TVPT.
Esses sistemas são usados nas eleições internas do MPF e são emprestados à Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para eleição da lista tríplice encaminhada ao presidente para escolha do PGR. Aras foi o primeiro procurador-geral escolhido fora dessa lista desde 2003.
O procurador-geral disse na live que as falhas no sistema foram descobertas em perícias da Controladoria-Geral da União e do órgão interno do MPF. Agora, as eleições são feitas “sob os auspícios da Universidade Federal de Santa Catarina”, ele contou.
“Listas tríplices fraudadas, nunca mais”, disse.
O sistema em questão se chama Votum. Além da lista tríplice da ANPR, ele é usado para as eleições para o Conselho Superior do MPF e para o Colégio de Procuradores da República.
Em maio, relatório da CGU sobre o Votum concluiu que ele não é auditável e “necessita de melhorias contínuas e constante vigilância no sentido de bloquear brechas para ações maliciosas ou, no mínimo, permitir a rastreabilidade dessas ações, quando ocorrerem”.
De acordo com a CGU, “o sistema Votum não possui controle de versão da aplicação de modo a manter registradas as alterações realizadas no sistema”, além de registrar fragilidades que podem comprometer o sigilo do voto.
Em nota divulgada na época da auditoria, a ANPR disse que seu processo eleitoral foi “amplamente auditado” e que “testes foram feitos exaustivamente”.
Assista ao trecho da fala de Aras na live com os advogados do Grupo Prerrogativas:
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)