As facções criminosas se aproveitam da enchente
Segundo a polícia, bandidos estão roubando barcos, combustível e jets skis para transportar drogas e furtar residências abandonadas
Órgãos de segurança federais e do Rio Grande do Sul monitoram a atuação de facções criminosas nas áreas alagadas do estado. Segundo reportagem do O Globo, a Polícia Civil gaúcha recebeu informações de que bandidos estavam roubando barcos, combustível e jets skis para transportar drogas e cometer furtos em residências abandonadas. Essas suspeitas foram confirmadas quando agentes apreenderam onze quilos de cocaína em uma zona alagada de Canoas.
O bairro de Mathias Velho, em Canoas, é conhecido por sua alta taxa de criminalidade e está debaixo d’água devido as fortes chuvas. Os moradores da região têm alertado para a possibilidade de bandidos montarem barreiras próximas aos trilhos do trem, o que preocupa quem precisa se deslocar de barco.
Para combater o aumento da criminalidade, a Polícia Civil intensificou o patrulhamento de barco em Mathias Velho. O objetivo é evitar a sensação de anomia social e garantir a segurança dos moradores. Além disso, foram descobertos centros de armazenamento de objetos roubados das casas e comércios alagados na zona norte de Porto Alegre.
Polícia Federal no Rio Grande do Sul
A Polícia Federal também está atuando no combate ao crime, interceptando uma carga de 124 quilos de skunk em Eldorado do Sul, durante um bloqueio na rodovia BR-116. Essa é considerada a maior apreensão desse tipo de droga no estado. Segundo as investigações, os criminosos viram nas enchentes uma oportunidade para escoar drogas pelo estado enquanto as autoridades estão ocupadas com as operações de resgate.
A população de Mathias Velho tem vivido momentos de insegurança, relatando tiros durante a noite nas ruas alagadas, informou o jornal carioca. No ano passado, uma briga entre facções pelo controle dos bairros Mathias Velho, Harmonia e Guajuviras resultou em cerca de 30 assassinatos. Agora, com as enchentes, essas regiões estão completamente alagadas.
Abordagens em meio a enchente
Os oficiais de segurança estão abordando os barqueiros que atuam nas áreas alagadas como parte do procedimento padrão. Desde o início da calamidade pública, 78 pessoas foram presas por crimes relacionados às enchentes, sendo 30 delas em abrigos.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou que a Polícia Federal atue com todas as suas equipes em ações de policiamento ostensivo no Rio Grande do Sul. A equipe do ministro acompanha com preocupação a situação da segurança pública no estado, especialmente em relação à segunda fase da crise, quando as águas baixarem e a população retornar para suas casas a partir dos abrigos.
PF retira 3 mil armas do aeroporto de Porto Alegre
A Polícia Federal retirou 3 mil armas do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, após interceptar mensagens em aplicativo de celular que indicavam um plano de facção criminosa para furtar o arsenal. O terminal está interditado há pelos menos duas semanas em decorrência dos alagamentos no Rio Grande do Sul.
Como mostramos, foram essas mensagens que fizeram com que a PF assumisse a segurança do terminal desde a semana passada. A carga de armas da Taurus, que estava em processo de exportação, foi retirada do aeroporto por uma equipe do Comando de Operações Táticas (COT) da PF na quinta-feira, 9, em barcos. A operação só foi divulgada nesta terça-feira, 14.
Reportagem do portal Zero Hora, de Porto Alegre, revelou troca de mensagens trocadas por integrantes da PF alertando sobre o plano de furtos do arsenal.
“Facções de Canoas tentando entrar no aeroporto roubar as armas que tem lá”, dizia uma das mensagens.
Em outra postagem, um alerta: “Terminal de carga do aeroporto de POA está com uma carga de 3 mil armas da Taurus”.
Por meio de nota, a empresa informou que, “junto com os órgãos de segurança, sempre garantiu a total segurança da carga”.
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