As eleições e uma investigação fora do rito em Sorocaba
Secretário de Segurança acionou policiais, conforme lideranças, um procedimento pouco usual; secretaria nega
O secretário de Segurança de Tarcísio de Freitas, Guilherme Derrite, é suspeito de adotar um procedimento policial fora do rito para investigar um suposto atentado registrado pelo candidato do PL à Prefeitura de Sorocaba, Danilo Balas, e sua esposa.
Balas é o segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto com menos de 10 pontos percentuais. Em entrevista coletiva realizada na semana passada, Balas associou o suposto atentado ao atual prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos). Manga é líder das pesquisas com aproximadamente 70% das intenções de voto.
Balas registrou um Boletim de Ocorrência (BO) afirmando que em 6 de setembro ele foi perseguido por um veículo Mercedes-Benz prata, “com adesivo da campanha à reeleição do prefeito Rodrigo Manga” e que no percurso o automóvel acelerou e freou de forma “a quase causar um acidente”.
O Antagonista apurou que Derrite acionou o Deinter 7 (Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior) para auxiliar nas investigações sobre o caso e pediu pessoalmente como prova as gravações de câmeras de videomonitoramento do condomínio residencial, na cidade de Sorocaba, onde teria ocorrido a suposta ameaça.
Ele também pediu celeridade nas investigações para que elas sejam concluídas antes do primeiro turno e o próprio Derrite tem participado da campanha do correligionário em Sorocaba. O procedimento é considerado pouco usual por especialistas em segurança pública.
Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública negou que o rito adotado tenha sido anormal.
“A Delegacia Seccional de Sorocaba instaurou um inquérito policial para investigar o crime de ameaça, após o candidato citado pela reportagem manifestar o interesse em representar criminalmente por se tratar de um crime de ação penal condicionada. A equipe da unidade atua para esclarecer as circunstâncias dos fatos. Outros detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial.“
MP em uma eleição polarizada
Além desse procedimento pouco usual, a FES (Fundação Educacional Sorocabana), mantenedora da Faculdade de Direito de Sorocaba (FADI), criticou a instauração de um inquérito civil pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) para investigar um contrato entre a FADI e a Prefeitura de Sorocaba que tem como objetivo a capacitação de servidores.
Em nota oficial, o presidente do Conselho da FES, César Augusto Ferraz dos Santos, afirma que a ação se trataria de “o uso das instituições para influenciar nas eleições municipais”.
A denúncia aponta “supostas irregularidades na inexigibilidade do processo licitatório”. A promotora Cristina Palma recomendou a suspensão imediata dos pagamentos e solicitou esclarecimentos ao prefeito Rodrigo Manga.
“É muito triste imaginar que pode estar havendo o uso das instituições para influenciar nas eleições municiais (…). Parece que a história da política em nosso país se repete ao longo do tempo. Sorocaba, hoje, é uma das cidades que mais cresce no país”, declarou.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)