Apresentei a minha mulher ao desespero
Eu, Mario, e minha mulher acabamos de ver no Jornal Nacional cinco reportagens que a deixaram chocada. A primeira mostrava a facilidade com que os presos fogem do presídio de Pedrinhas, no Maranhão, que de presídio só tem o nome...Não nos enganemos: civilização é isso aí
Eu, Mario, e minha mulher acabamos de ver no Jornal Nacional cinco reportagens que a deixaram chocada.
A primeira mostrava a facilidade com que os presos fogem do presídio de Pedrinhas, no Maranhão, que de presídio só tem o nome. A segunda mostrava como cidadãos tiveram de pagar do próprio bolso a construção de uma cadeia no Rio Grande do Norte. A terceira mostrava como, na capital de Alagoas, os comerciantes são obrigados a ficar enjaulados nas suas próprias lojas, para evitarem assaltos. A quarta mostrava que as tais UPPs cariocas são, na verdade, contêineres fétidos. A quinta voltava à história do menino que morreu no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, vítima de “bala perdida”.
A minha mulher é francesa. Quando a conheci, ela achava que a situação da França era desesperadora, por causa do desemprego, da ameaça terrorista, da imigração sem freios. Achava que Paris estava muito suja, inclusive. Agora, por minha causa, ela sabe o que é verdadeiramente desesperador. “Vocês não têm a menor chance de virar uma nação civilizada”, disse a minha mulher, antes de pegar o iPad para assistir ao noticiário no canal France 2.
Jamais fui deslumbrado com o Primeiro Mundo, mas só não vou embora de uma vez porque as minhas circunstâncias familiares me impedem. Espero que a minha mulher não me abandone por causa do Brasil.
Não nos enganemos: civilização é isso aí
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